25 setembro, 2006

||| Porto-Régua.
O Blogame Mucho mudou de endereço. Anotem.

||| O cantinho do hooligan. Balanço da jornada.
Cuidado. Eles já têm quatro pontos.

15 setembro, 2006

||| Reparem.
Sim, reparem nas novas caricaturas. Que topete!

||| Oriana Fallaci.
De qualquer maneira, ela nunca teve medo. Morreu aos 77 anos.

||| Como se sabe, as Torres Gémeas vieram abaixo por implosão (demolição controlada com explosivos pré-posicionados) e não devido a choques de aviões.
O Tiago B. R. sobre o cotão serôdio e os próceres na entretela («representantes da direita mais reaccionária e pseudo democratas de trazer por casa», evidentemente), ou de como se reabilita a expressão credo quia absurdum. Quem disse que a religião é o ópio do povo? Só o ópio, aliás, pode explicar este jornalismo.

||| FARC.








«EL PCP aprovechó la oportunidad para mostrar su solidaridad con la justa lucha de las FARC-EP.» Texto completo aqui, no melhor estilo.

(Via Blasfémias)

14 setembro, 2006

||| Angola.
Não perder os textos & deambulações do Carlos Narciso em Luanda.

||| Smoke, no smoke.
Afinal, o senhor Ministro da Saúde resolveu recuar no seu projecto de combate ao tabagismo, retirando do projecto de lei a proibição total de fumar em bares e restaurantes. Inconsolável, o ministro diz que não recuou, mas a verdade é que recuou. Mas podem fazer-lhe a vontade e repetir-lhe, «não, senhor ministro, o recuo que o senhor fez não foi um recuo». Foi bom senso.
[Via Destaque a Amarelo.]

||| Crítica textual. Edição ne varietur.











Acaba de sair mais uma edição da revista, com um sumário de grande interesse. Veja-se (leia-se, perdão) o artigo de Nelson Motta sobre essa figura notável que foi Tim Maia. Sabina, Juliana e Patrícia fazem a capa e merecem -- no meio da crise da Varig (que eu já considerei várias vezes, antes do seu «desaparecimento», uma das piores companhias aéreas do mundo) elas podiam cantar «varigui, varigui, varigui...» sem problemas. Ainda não li o texto que acompanha as imagens das três hospedeiras, aliás, aeromoças, mas mereciam um avião. Há ainda uma lista dos cinquenta melhores discos brasileiros de sempre.

||| Paulo em S. Paulo.
Não deixar de ler o novo blog de Paulo José Miranda, A Voz que nos Trai.

||| O cantinho do hooligan. Directo ao assunto.
Não me venham com desculpas. Foi mau. E este Sporting promete.
A minha consolação primária: o talento de Anderson (*).

(*) - «O FC Porto precisa de um bom atacante, como precisava dele no ano passado -- o miúdo Anderson, do Grêmio de Porto Alegre, poderá ser uma solução intermédia e criativa[2 Out. 2005]

||| What’s in a name.
Esta manhã, na rádio, ofereciam bilhetes para um jogo de futebol do próximo fim-de-semana. Passatempo habitual. O vencedor é de Sta. Comba Dão e chama-se João Eichmann.
«Então diga-me lá, qual a origem desse nome?»
«Alemã, a origem é alemã.»
«E já foi à Alemanha?»
«Nunca.»
«E não tem curiosidade de conhecer as raízes da sua família?»
«Nem pensar. Não estou nada interessado.»

12 setembro, 2006

||| Alguma razão.
A questão, meu bom Tiago, não é que os «darwinistas se entretenham» com as suas perigosas ideias ou «andem entretidos», ou que os criacionistas de pacotilha «nos entretenham». O que acontece é que os papéis se inverteram e não hás-de gostar, daqui em diante, de – criacionista como és – ser considerado adepto de teorias da conspiração mesmo tendo de recorrer a Santo Anselmo. Os rabinos de Meah Sharim queimaram em público exemplares do Parque Jurássico porque está estabelecido que o mundo começou há exactamente 5766 anos. Sempre dá garantias, isso. Stephen Jay Gould, que era judeu, de resto, via aí um problema: se o Criador está ausente desde então, como explicar a vitória dos New York Mets no campeonato de 1969 (George Burns diz que foi o primeiro milagre incontestável desde que o mar Vermelho se abriu)?

||| Adamgy.
Caros Filipe e Eduardo: há alguns anos, entrevistei Yossuf Adamgy no Escrita em Dia da Antena Um. Ao fim de dez minutos de conversa sobre o assunto, Adamgy não condenou a lapidação de Amina Lawal, decidida nessa altura pelo Tribunal de Recurso Shari’a, do Estado de Katsina, na Nigéria. Mais: não só não condenou como achava que a pena estava de acordo com a Shari’a e que devia ser cumprida. Na mesma entrevista, Adamgy defendeu que os muçulmanos portugueses se deveriam reger pelas leis civis mas tendo em conta a aplicação da Shari’a.

||| Tempo de antena em Minas Gerais

Diante disto, Lula fica bem no retrato.

||| Prós.
Se acham que foram os americanos a mandar os aviões contra o WTC, eu acho bem. É preciso que assentemos numa verdade. Se acham que cada um de nós tem culpa dos crimes do fundamentalismo e anda a humilhar o Oriente e o Magrebe, transformemos isso numa verdade inquestionável (basta ouvir os noticiários). Paguemos a Kadhafi, como ele exige, para evitar que a emigração do outro lado do Mediterrâneo chegue às praias de Espanha e de Itália (chantagem por chantagem, o melhor é pagar ao chantagista directamente em vez de votarmos depois de fazerem explodir Atocha). Consideremos que o uso da burka e a excisão feminina são apenas questões de natureza cultural e que, no fundo, são reacções contra a arrogância ocidental e as pernas de Mary Quant, essa vaca imoral. Claro que estamos de acordo em que o Ocidente tem falta de Deus e que Maomé tem lições a dar-nos, ele e os outros profetas de vária procedência; o criacionismo integrista está aí para nos salvar. Vigiemos os caricaturistas, vigiemo-los bem. Claro que andamos a irritar o mundo das mesquitas fundamentalistas; aceitemos, portanto, a bondade de nova fatwa contra Rushdie e, mesmo agora, contra Mahfouz. Eles têm razão quando escrevem, nos cartazes, «Freedom Go to Hell» ou «I love Al Qaeda»; temos de ser compreensivos. Aliás, ainda não está provado que a Al Qaeda exista. Bin Laden não é apenas uma invenção americana: é um Zorro libertador das massas, um produto de Hollywood; o verdadeiro Bin Laden é um canadiano da Guarda Montada que se limita a pedir a proibição dos Simpsons, o resto é invenção. Claro que o fundamentalismo muçulmano é compreensível (está longe). Os israelitas são ensinados nas escolas a matarem crianças árabes, como toda a gente sabe, basta ler os Protocolos dos Sábios de Sião, que é (ao contrário do que diz a propaganda sionista) um documento histórico; por isso é que eles precisam da sua dose diária de sangue; aliás, muitos deles não vieram do centro da Europa e daquelas terras do Drácula? Qual é o mal de o pessoal de Finsbury Park pregar contra a democracia inglesa e pedir bombas no metro de Londres? Nós não pregamos contra as tiranias do Médio Oriente? A ideia de que o Califado deve ser restabelecido, para cá do Guadalquivir, até ao Mondego e à Faculdade de Economia de Coimbra, não está senão justificada pela história. O Ocidente, como aliás diz Ratzinger, está minado pela falta de Deus e pela presença do Satã laico e racionalista; por isso, é necessário sermos compreensivos para com os sentimentos religiosos que autorizam o apedrejamento de apóstatas, a lapidação de mulheres, adúlteros e homossexuais ou a mutilação de infiéis; é o regresso da religião. Mesmo que o Irão, o Hamas e o Hezbollah, mais a Irmandade Muçulmana afirmem que um dos seus objectivos é a eliminação do estado de Israel, quem somos nós para defender o desarmamento do Hezbollah? Os americanos são boçais, obesos, comem hamburgers, acreditam que há uma colónia de extraterrestres no deserto do Novo México onde fundarão uma nova Las Vegas, falam nasalado e usam botas texanas; esse é, ou não, um argumento suficiente para os termos como inimigos? É. E, além do mais, devia-lhes ser retirado o direito de voto. A tolerância faz mal ao Ocidente; tem enfraquecido a sua moral. A liberdade de imprensa do Ocidente pode ser ofensiva; limitá-la para não ofender os xeiques de Jakarta, os rabis de Meah Sharim ou os maluquinhos do Utah é um imperativo. A pobreza conduz ao bombismo; temos de ser compreensivos para com o bombismo. Em África não há bombistas, mas apenas porque não têm dinheiro saudita ou wahabita para fazer bombas e, na verdade, não estão preparados para a democracia, o que nos leva a termos que ser compreensivos para com as tiranias, os seus abusos e a corrupção dos governos. Podemos enviar dinheiro; é falso que os militares e os tiranos desviem esses dinheiro das populações para proveito próprio. Bush teve uma falsa revelação divina; o profeta John Smith apareceu-lhe em sonhos mas falou-lhe em inglês erudito; o gabinete de Bush faz orações antes de reunir, mas ele cruza os dedos por debaixo da mesa.
Espero que, para já, isto seja o suficiente.

||| Lições da bola.
A única razão por que Deus não dorme é porque o Diabo está sempre acordado.

11 setembro, 2006

||| Ah.
O melancómico Nuno regressou depois das férias e é bom visitá-lo.

||| O'Neill.
O Eduardo chama a atenção para uma biografia infelizmente não publicada. Sorte de quem esteve na Casa Fernando Pessoa ouvindo a autora.

||| Jimmy.
Futebol para aplaudir os adversários.

||| Céu.














Em França, depois de Les Deux Eaux de la Mer, publicação de Un Ciel Trop Bleu.
Críticas aqui, aqui e aqui. Também aqui e aqui.
Sobre a edição alemã de Um Crime na Exposição,
Schatten der Tiefe, ver aqui, aqui e aqui.

||| 11 de Setembro.










Chapter one. He adored New York City. He idolised it all out of proportion.” Uh, no. Make that “He romanticised it all out of proportion... Uh, no. To him, no matter what the season was, this was still a town that existed in black and white and pulsated to the great tunes of George Gershwin.Uh... no. Let me start this over.Chapter one. He was too romantic about Manhattan, as he was about everything else. He thrived on the hustle, bustle of the crowds and the traffic. To him, New York meant beautiful women and street-smart guys who seemed to know all the angles.Ah, corny. Too corny for a man of my taste. Let me... try and make it more profound. Chapter one. He adored New York City. To him, it was a metaphor for the decay of contemporary culture. The same lack of integrity to cause so many people to take the easy way out... was rapidly turning the town of his dreams...” No, it’s gonna be too preachy. I mean, face it, I wanna sell some books here. “Chapter one. He adored New York City, although to him it was a metaphor for the decay of contemporary culture. How hard it was to exist in a society desensitised by drugs, loud music, television, crime, garbage…” Too angry. I don’t wanna be angry. “Chapter one. He was as tough and romantic as the city he loved. Behind his black-rimmed glasses was the coiled sexual power of a jungle cat.” I love this. “New York was his town and it always would be.

[Woody Allen, Manhattan]

||| O cantinho do hooligan. Na Luz.
Enfim, foi a primeira vitória no Estádio da Luz. Anderson já brilha.
Ontem esqueci-me de mencionar Linz. Mas estava lá.

10 setembro, 2006

||| Cartão único.
Coisas únicas. Cartão único. Ideias únicas. Registos únicos. Tenham medo desse conglomerado:

«O documento vai substituir o Bilhete de Identidade e os cartões de identificação fiscal, de eleitor, de utente dos serviços de saúde e de beneficiário da Segurança Social. [...] Para além de ser mais seguro, o cartão do cidadão permite ainda registar informações pessoais relativas ao grupo sanguíneo, a indicações de alergias ou contactos de emergência.»
Só vantagens, como se sabe. Todos debaixo de olho. Admirável mundo novo. Preparem-se para o chip.

||| Bola.
Pelas escutas telefónicas percebe-se uma coisa, sobretudo: é gente de fino trato.

||| O cantinho do hooligan.









Eu sei, eu sei. Ainda só é o começo.

||| A ler.
E a tirar conclusões. João Miranda sobre os novos tempos.

09 setembro, 2006

||| Argumento criacionista.
«A dieta do Jesus me chama: Programas de emagrecimento agora compõem o menu de igrejas evangélicas americanas. Pastores deram para dizer que gordura é pecado, ou "coisa do diabo" e inventam suas receitas para os fiéis perderem peso.» Esta semana na Veja.

08 setembro, 2006

||| Livro Aberto.








Este fim-de-semana, no Livro Aberto, Nelson Motta.
[Emissões nas semanas seguintes: José Eduardo Agualusa, Eduardo Prado Coelho e Alface.]

||| A última flor do Lácio.
Acho simpática a notícia: um programa para «estimular o culto pela Língua Portuguesa». Chorai, vates do meu país. Penai, dicionários. Não era melhor começar por banir erros ortográficos e outras asneiras inacreditáveis dos rodapés dos programas e dos telejornais?

||| Criacionismo e design inteligente.
Uma das coisas mais difíceis de imaginar seria uma discussão pública sobre o assunto. O espectáculo no Brasil e nos EUA é deprimente que baste. O de Itália não chega lá, mas anda perto. Espero que não comecem a imaginar comissões de vigilância de bibliotecas.

||| O ónus da privacidade.
O João Gonçalves reabilitou um texto de Vasco Pulido Valente sobre o cartão único. Acontece que a ideia está de pé (sim, «segundo informações de que disponho») e promete avançar. Um dirigente socialista, aos microfones da rádio, anunciou há tempos que se tratava de mais uma lição de Portugal ao mundo. Eu duvido, muito sinceramente; sempre duvidei; sempre tive razões para duvidar. Preparem-se para o chip.

||| Hábitos.
Depois de jantar, uma hora de caminhada pelo paredão. Saudável, sim, mas só até certo ponto. Ao fim de uns dias com esta prática absurda, percebo que os outros loucos que partilham da mesma excentricidade se cumprimentam todos no meio da penumbra. Um aceno, um leve gesto com a cabeça, qualquer coisa, como se dissessem: sim, estás maluco, mas é o que também pensam de mim.

||| Brasil. Finalmente.
Reinaldo Azevedo diz o que muitos pensam sobre o PSDB. Isto, depois de FHC ter escrito uma carta aos eleitores.
Ainda aqui: Lula, o Evangélico (o que nem precisa: o seu vice é do Partido Republicano, o partido evangélico).

||| Pacto para a justiça.
O PSD nunca esperou que Sócrates aceitasse assinar este pacto, que tanto pediu (até quando Santana Lopes estava no governo). Não se entende. Não tem justificação, a não ser para Sócrates e para o governo. Pacto para a justiça? À margem da Assembleia?

||| Sagan.
Quatro ou cinco dias de cama em pleno Verão: o suficiente para ter lido O Mundo Assombrado pelos Demónios (foi a edição brasileira da Companhia das Letras), de Carl Sagan.

||| The deal goes down.
Miss [Filipa] Springs acha que isto é bom por causa da Scarlett e não pela voz de Bob Dylan (que devia ser substituída por Tom Waits). Ah, mulheres...

||| Evolucionismo ou criacionismo?









Vamos aguardar para ver o que decidem acerca do lugar de onde viemos. Naturalmente, o Origem das Espécies é darwiniano.

06 setembro, 2006

Bob Dylan, When The Deal Goes Down

Bob Dylan quase perfeito

||| Ele sabe. O Apedeuta.
«De qualquer forma, isto faz parte da democracia. Democracia não é só coisa limpa não. Democracia às vezes tem dessas coisas que nos causam preocupação, desgosto, mas temos que saber enfrentar, porque vamos derrotá-los não é batendo boca com eles não. É na urna que vamos derrotar os nossos detratores.» Lula defendendo a corrupção no seu governo, no dia em que recebeu o apoio de Collor de Mello. Aliás, Llulla.

05 setembro, 2006

||| Colômbia, Ingrid.











O Tugir lançou o repto: pela libertação de Ingrid Betancourt e sequestrados pelas FARC.
Ver aqui.

||| Colombianos no Seixal, 2.
«O PCP enviou uma saudação ao 17º Congresso do Partido Comunista Colombiano, que se realizou entre 8 e 11 de Outubro em Bogotá, sublinhando a sua "persistente, heróica e criativa luta» em defesa dos «interesses dos trabalhadores e camponeses pela solução política do conflito armado, com base na satisfação das justas e urgentes reclamações populares de que o PCC e as FARC são portadores, pela democracia, o progresso social e o socialismo".» Ler aqui.
Ler também aqui e aqui.

||| Colombianos no Seixal. [Actualizado]
O Tomás pergunta: «António Vilarigues será capaz de nos explicar, numa das suas próximas crónicas no Público, porque razão o PCP acolhe na sua Festa, com direito a stand, as FARC da Colômbia?»

Sobre este assunto, ver o que escreveram o Tiago Barbosa Ribeiro, o Paulo Gorjão e Paulo Pedroso, além dos vários textos no Tugir ou no Insurgente, por exemplo.

||| Amazónia, Acre.










A morte de Vanessa Sequeira no Dia da Amazónia.
Fotos do blog do Altino.

04 setembro, 2006

||| Destaques a amarelo.
Devo ao Sérgio o facto de uma parte substancial dos textos de imprensa dos últimos tempos terem sido ordenados, reunidos, publicados por ordem cronológica, etc, etc. Um pouco de ordem deixa-me comovido. Obrigado, Sérgio.

02 setembro, 2006

||| Lenin Oil.
Olha que dois. De Chávez não sei, mas José Eduardo dos Santos lamentou-se da «pesada herança colonial» e das «relações económicas internacionais injustas que existem no mundo». Como se trata de um acordo entre dois países produtores de petróleo, pode o presidente angolano dizer em que tem gasto ou investido os milhões das refinarias e da extracção? Ou mencionar os esforços angolanos para ajudar as «economias frágeis da região» («esforços militares» não estão abrangidos)?

||| O cantinho do hooligan. Portugal-Dinamarca, 2.











Sim, nunca tínhamos perdido com a Dinamarca, mas a verdade é que não tivemos muitos jogos com eles. Como toda a gente sabe, treino é treino -- com a Finlândia regressamos ao esquema Scolari e Portugal vai ganhar (era o que faltava perdermos, não era?, logo com aquela rapaziada). Ironias: li a imprensa do dia e vi que tudo tinha regressado à estaca zero, ou seja, há -- entre os scolarianos -- bastantes candidatos a arrasar o homem. Comparem os textos, comparem os textos. Ah, patriotas de pacotilha.

||| Bah.
A FIFA ralhou e vai suspender Portugal das competições internacionais. À primeira vista parece chantagem mas recordando o ar misterioso de G. Madaíl à saída de uma reunião na Suíça, parece que está tudo combinado.
P.S. - A «decisão» pré-anunciada da FIFA custava a todos, mas era uma limpeza.

||| O cantinho do hooligan. Portugal-Dinamarca, 1.
Eu prometi não invocar em vão o nome dele «nos próximos tempos». Só menciono isto: não teve culpa de tudo, mas foram entre as pernas. Não resisti.

||| Mahfouz.
Escreve o António Manuel Venda sobre o desaparecimento de Naguib Mahfouz:

«Descobri Naguib Mahfouz há mais de 15 anos, com um pequeno romance que a Caminho publicou, chamado Em Busca (é um livro fabuloso); depois, a Caminho editou na mesma colecção A Viela de Midaq (tem uma personagem inesquecível, que termina algumas das suas intervenções em inglês, ou melhor, com o significado em inglês do final da respectiva intervenção), um livro que comprei mal saiu. Comprei também O Ladrão e os Cães (Livro Aberto), de que não gostei tanto como dos outros dois, mas dele tirei a citação que abre o meu romance Até Acabar com o Diabo. Depois disso, a Difel também editou Mahfouz por cá, mas não comprei, embora de vez em quando me lembre de que estou em falta, pelo carinho que ganhei para com Mahfouz. Sei que vai sair na Pergaminho (ou numa das editoras do grupo, talvez na Bico de Pena) mais um livro dele.»

||| Reeleição sem limites.
Chávez vai levar este projecto a referendo, o da sua reeleição perpétua, para prosseguir estes maravilhosos princípios: «Um, a nova ética socialista; dois, um modelo produtivo socialista, a economia socialista; três, uma democracia protagonista e revolucionária onde o poder do povo seja o máximo poder da República; quatro, a suprema felicidade social; cinco, uma nova geopolítica nacional, o desenvolvimento descentralizado, o desenvolvimento do campo e das cidades; seis, uma nova geopolítica internacional, o mundo pluripolar, um mundo equilibrado; e sete, a Venezuela como potência energética mundial, potência petroleira mundial.» Chávez anuncia o novo furacão bolivariano.
Entretanto, na Bolívia, Evo Morales vai fazer aprovar a lei que permite alterações na Constituição por maioria e não por 2/3. É o furacão bolivariano.

||| Mais livros escolares.
Manuel Anastácio, que mantém o blog Literaturas, envia, por mail, uma sugestão a discutir:

«Os manuais escolares não deviam, simplesmente, ser obrigatórios. Os pais são, praticamente, obrigados a comprar livros que, depois, não são usados. Sou professor e apetece-me, todos os anos, dizer na primeira aula: não comprem o manual. Mas como mais de 70% já comprou, sou obrigado, moralmente, a utilizá-lo apesar de ser um dos materiais educativos menos eficientes nos dias que correm. Uma fotocópia, mesmo mal tirada, de um texto adequado, quando é entregue aos alunos numa aula, desperta mais interesse que abrir o manual na página 15. Além disso, as famílias, em Portugal benzem-se perante a ideia de comprarem "livros a sério" para os filhos, depois do gasto desmedido que Setembro sempre traz. Por alguma razão chamamos a tais objectos "manuais" e não "livros". Porque o não são. E, então, hoje, em que até os livros de matemática do 12º ano têm de ter bonecada para serem, supostamente, apelativos, nada resta de educativo, mas, tão somente, habilidade gráfica e merchandising

||| A guerra dos livros escolares. O caso da Bulhosa.
O bom André Dourado, da Livraria Bulhosa, acha que escrevi «uma “charge” digna de hussardos da Guarda sobre as mal-amanhadas e tradicionalmente pouco unidas tropas livreiras». O André diz que quem se portou mesmo mal foi a confederação das associações de pais, «que com base em meia dúzia de queixas e sem as confirmar, resolveu generalizar e disparar com a metralha toda que tinha»; entre essas livrarias estaria a Bulhosa. Para esclarecer o assunto da Bulhosa, o André enviou-me o comunicado que foi distribuído à Lusa (publiquei-o aqui) -- e acrescenta: «O negócio dos livros escolares, de resto, nem é muito interessante para as livrarias: dá um trabalho doido e a margem do livreiro é quase metade das dos livros normais. Nós só o fazemos porque pensamos que é uma obrigação que temos com os nossos clientes. E também é por isso que há livrarias que não os vendem de todo.»
Reparos, meu caro André: 1) a prática da venda de livros escolares em grupo não é desconhecida de pais nem de escolas; há, na verdade, livrarias que praticam esse método pelo país fora; 2) pode acontecer que a Bulhosa considere que a venda de livros escolares «é uma obrigação que tem com os seus clientes», dada a margem de venda; nada contra; não é essa, infelizmente, a sensação que existe em centenas de outras livrarias - tu sabes.

||| Cinema indiano.
A Sofia Buchholz fez um vídeo sobre o primeiro aniversário do Origem. E sobre o estado em que se encontra este blog. Estou convertido ao cinema indiano.