12 setembro, 2006

||| Alguma razão.
A questão, meu bom Tiago, não é que os «darwinistas se entretenham» com as suas perigosas ideias ou «andem entretidos», ou que os criacionistas de pacotilha «nos entretenham». O que acontece é que os papéis se inverteram e não hás-de gostar, daqui em diante, de – criacionista como és – ser considerado adepto de teorias da conspiração mesmo tendo de recorrer a Santo Anselmo. Os rabinos de Meah Sharim queimaram em público exemplares do Parque Jurássico porque está estabelecido que o mundo começou há exactamente 5766 anos. Sempre dá garantias, isso. Stephen Jay Gould, que era judeu, de resto, via aí um problema: se o Criador está ausente desde então, como explicar a vitória dos New York Mets no campeonato de 1969 (George Burns diz que foi o primeiro milagre incontestável desde que o mar Vermelho se abriu)?