02 setembro, 2006

||| A guerra dos livros escolares. O caso da Bulhosa.
O bom André Dourado, da Livraria Bulhosa, acha que escrevi «uma “charge” digna de hussardos da Guarda sobre as mal-amanhadas e tradicionalmente pouco unidas tropas livreiras». O André diz que quem se portou mesmo mal foi a confederação das associações de pais, «que com base em meia dúzia de queixas e sem as confirmar, resolveu generalizar e disparar com a metralha toda que tinha»; entre essas livrarias estaria a Bulhosa. Para esclarecer o assunto da Bulhosa, o André enviou-me o comunicado que foi distribuído à Lusa (publiquei-o aqui) -- e acrescenta: «O negócio dos livros escolares, de resto, nem é muito interessante para as livrarias: dá um trabalho doido e a margem do livreiro é quase metade das dos livros normais. Nós só o fazemos porque pensamos que é uma obrigação que temos com os nossos clientes. E também é por isso que há livrarias que não os vendem de todo.»
Reparos, meu caro André: 1) a prática da venda de livros escolares em grupo não é desconhecida de pais nem de escolas; há, na verdade, livrarias que praticam esse método pelo país fora; 2) pode acontecer que a Bulhosa considere que a venda de livros escolares «é uma obrigação que tem com os seus clientes», dada a margem de venda; nada contra; não é essa, infelizmente, a sensação que existe em centenas de outras livrarias - tu sabes.