05 novembro, 2007

|| Ouro Preto, 6. Fórum das Letras.









1. Muito trabalho nos últimos dois dias e a actualização fica para trás; a actualização e os posts prometidos no último, mais abaixo. Mas houve novidades interessantes. A primeira foi a mesa onde participaram Miguel Gullander, Ondjaki e Patrícia Reis às 14h30. O tema: «Caminhos da experimentação na nova literatura lusófona».
Às 17h00, participei na minha mesa, com Marçal Aquino, Tony Bellotto e
Newton Cannito. Marçal acabou por ser o moderador mas, a meio, Malu Mader exigiu -- em nome de todos nós -- que ele participasse mais activamente. O tema: o romance policial. Será objecto de outro texto, um dia destes.
Fica a imagem da sessão de autógrafos a seguir ao debate.










[Eu, Tony Bellotto e Marçal Aquino]
Coisas que vale a pena saber: Tony (o Flamengo tinha acabado de perder 3-1 com o Cruzeiro) anda em digressão com a sua banda, Titãs, e fazem duo com Os Paralamas do Sucesso. Sairá um disco. Em 2008, ele irá a Portugal. Marçal Aquino também. Quem puder, veja o seu filme O Invasor.

2. Há uma razão para não trazer mais informações sobre a mesa de Ondjaki, Gullander e Patrícia Reis, além de ter sido logo antes daquela em que participei. Ontem a jornada começou pelas oito, para preparar a segunda parte da apresentação dos roteiros/guiões de cinema realizados no âmbito do Cineport.








Primeiro do dia: o de Ana Paula Maia (Brasil), A Guerra dos Bastardos, com roteiro de Pilar Fazito. Uma história muito, muito bem contada, a le
mbrar Almodovar, meio trágico, meio grotesco; um retrato brasileiro muito aplaudido.








Depois
, o de Ondjaki (Angola), Bom Dia, Camaradas, roteiro de João Toledo: excelentes momentos de comoção e de humor numa recordação da infância luandense vivida debaixo da guerra. O texto de Ondjaki favorece muito este género de adaptação, em que a voz off não soa mal, e os quadros mais «sentimentais» não são desperdício. Pelo contrário.

O trabalho de Joana Oliveira com Longe de Manaus deixou-me comovido: o livro fica no osso, certamente, mas a vida dos livros em guião de cinema é assim. Todo o guião é construído em redor da figura de Jaime Ramos, o detective, explorando os momentos de humor e desconcerto, os seus tiques, elegendo-o como tipo fundamental e mantendo três pólos de acção: Porto, São Paulo e Manaus, com Luanda na penumbra. Gostei bastante e o trabalho final com Marçal Aquino foi excelente.
Fica, naturalmente, a perplexidade de ver como
os outros, no Brasil, entenderam a figura de Jaime Ramos; nesse ponto fiquei ainda mais comovido durante a sessão da tarde, quando ouvi as observações de leitores sobre o inspector portuense. Já não é meu. Mas ver que os outros o reconstroem é também muito bom.









[Guiomar Grammont]

3. Em conversa com Guiomar Grammont (a organizadora do Fórum) Malu, Tony Bellotto e Eucanaã Ferraz, nasceu a ideia de imaginar um conjunto de histórias policiais passadas em Ouro Preto. Uma ideia a seguir.

















[Falke, eleito o melhor chopp artesanal da temporada, nascido em BH,
servido em abundância no restaurante Bené da Flauta; Inês Pedrosa e Connie Lopes, a editora da Língua Geral; os cheques-refeição providenciados pela organização e que são aceites nos restaurantes de Ouro Preto -- carinhosamente, são conhecidos por «Grammonts»; Connie Lopes e Miguel Gullander; os livreiros acompanham estes eventos no Brasil: o grande animador e responsável pela Livraria da Travessa; José Miguel Wisnik esteve no Fórum e fez um dos seus shows-aulas, «Nas Palavras das Canções», dedicando uma das canções a Inês Pedrosa -- se puderem ouvi-lo, não percam, é poesia pura.]

4. Amanhã seguem mais instantâneos. Mas pode fazer-se o anúncio: em Abril, de 10 a 13, o Fórum das Letras de Ouro Preto muda-se para Lisboa. O Fórum das Letras de Lisboa está já a ser preparado por Guiomar Grammont e Inês Pedrosa.

[FJV]

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1 Comments:

Blogger Pilar Fazito said...

Ei, Viegas...

só uma observação: a moeda corrente é "guiomares".

;o)

11:36 da tarde  

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