||| Carviçais Rock, por José Rentes de Carvalho.
A propósito deste post, veja-se a entrada de 31 de Julho de 2004 no diário de José Rentes de Carvalho, por gentileza do autor:
«Sábado 31 de Julho - É daqueles acontecimentos que provam como acompanho mal a actualidade. Quando mo disseram julguei que fosse gracejo, ou iniciativa de meia dúzia de jovens a sofrer a nostalgia de um Woodstock que não viveram. Nada disso. É mesmo festival a sério, com palcos, música e barulho a condizer, tendas, bebida, geradores eléctricos, rapazes com o cabelo em rabo de cavalo, rapariguinhas vestidas à cigana. Carviçais Rock. À beira da estrada, mas de facto in the middle of nowhere. Vou, cheio de curiosidade e fico desolado. É triste. É pelintra. É má imitação. Até os hippies que por ali se arrastam são de pechisbeque: a fingir de drogados, nem sequer estão bêbedos. Em volta deles há uma multidão que veio para ver, velhos e novos, mulheres, homens, crianças, todos de boca aberta, o ar pateta como se estivessem num jardim zoológico defronte de animais exóticos.
Terminado o festival os homens da Câmara fizeram a limpeza. Depois houve churrasco e carrascão. A alegria foi tanta que quando deram por ela as labaredas tinham atravessado a estrada. Arderam pinhos, oliveiras, amendoeiras e mato, porque mais já não há.Com aviões e helicópteros conseguiram parar o incêndio quando ele, em Estevais, seis quilómetros adiante, estava a chegar às casas. Este ano, felizmente, a Câmara não deu verba.»
Etiquetas: Estado das Coisas, Pátria Querida
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