26 julho, 2007

||| Castiços e trauliteiros, ou de como a história não se escreve em linha recta.







Está tudo muito satisfeito com a onda comemorativa. O José Medeiros Ferreira que me desculpe, mas, mesmo percebendo a natureza do 24 de Julho de 1834 (sim, eu tenho um interesse puramente literário pelo Sr. D. Miguel, por Acúrcio das Neves, pelo general McDonell e pelo Remexido), não compreendo a euforia das datas e a sua apropriação. Entendo, naturalmente, a leitura da História como um fio unido por pontos desconexos (por exemplo, o 24 de Julho com o 5 de Outubro -- que não têm nada a ver). Mas caímos sempre nesse problema: o liberalismo português não é o de 34; a ideia republicana não se resume ao telégrafo do 5 de Outubro (sim, o Dr. Afonso Costa não é aquele modelo de virtudes cívicas e democráticas nem o jornalismo de França Borges é fundador de seja o que for). Também concordo consigo, naturalmente, acerca do lugar onde estão os «heróis da liberdade» (mais na blogosfera que a Dra. Margarida Moreira vigia, de sobrolho erguido, do que em redor do Prof. Charrua, que se limitou a ser um piadista). Mas, agora responda com frontalidade e humor, José: tomando a sua designação de castiços e trauliteiros, onde é que coloca a Dra. Margarida? No campo dos derrotados em 1834 ou no grupo dos amigos do Dr. Afonso Costa? Onde estão os trauliteiros e castiços?
[FJV]

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