26 abril, 2007

||| Fé & Religião.
Acabo de ler O Fim da Fé, de Sam Harris (Tinta da China) e recomendo a sua leitura. A tese fundamental do livro é simples e clara: o discurso da religião e a prática das religiões constituem entraves para o entendimento humano e para a liberdade. Ao longo do livro, Sam Harris recolhe exemplos e sabe onde deve atacar. E sabe defender as suas ideias. Os que seguem à risca a doutrina interpretativa de Russell Kirk sobre Burke (que é claustrofóbica e anacrónica), por exemplo, não se dão conta do peso abominável da herança religiosa sobre a política. Sam Harris e Andrew Sullivan, de perspectivas completamente diferentes (Harris é ateu, Sullivan é católico), têm uma experiência que os clássicos não tiveram: enfrentar o fundamentalismo religioso cristão nos EUA. Não é por acaso que ambos lhe dedicam muitas páginas nos seus livros; esse fundamentalismo constitui uma verdadeira caça às bruxas na política. Um liberal à moda antiga não pode desculpar a perversão em que se transformou essa tara religiosa.

Para ler o debate Sullivan/Harris.

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