||| Intimidade dos sentidos (1)
Sou um grande leitor de pedaços de livros. Ontem, por exemplo, li o primeiro capítulo de Um Diário de Leituras, do Alberto Manguel, dedicado a A Invenção de Morel, de Adolfo Bioy Casares. Ficou-me esta frase do diário de Bioy:
«Sempre disse que escrevo para o leitor, mas o facto de continuar a escrever, numa altura em que os leitores (os leitores a sério, comprometidos) deixaram de existir, é uma prova irrefutável de que escrevo, muito simplesmente, para mim próprio.»[MAV]
Etiquetas: Livros
4 Comments:
O lamentável é que na minha geração pouquíssimos conhecem Bioy Casares quanto mais lerem-no. E eu, assumidamente, o reconheço como um dos melhores escritores latino-americanos de sempre. (Na realidade, quanto a mim, é superior ao próprio Borges). Outro ignorado, estranhamente, ou talvez não, é Juan Rulfo, mas enfim se o caso já é mau para um escritor notável, que ainda se assim é vagamente publicitado como o Casares, o que dizer de Rulfo que praticamente nenhuma referência se faz dele?
P.S. Ainda bem que Casares escreveu para ele próprio assim posso lê-lo e relê-lo frequentemente com parazer.
Bem vindo e delicioso.
É uma boa prática, escrever para si próprio. Embora, todos precisemos de espelhos :)
e ja morreram os leitores comprometidos com a leitura.
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