28 agosto, 2007

||| O cerco. 40-40.







Todos os 40 denunciados pela procuradoria-geral da República foram constituídos réus pelo Supremo Tribunal de Justiça do Brasil, englobando a cúpula do PT. Não se trata de uma condenação, mas de abrir portas para aquilo que o lulismo sempre evitou e condenou: que os membros da quadrilha fosse julgados.
A decisão do STJ brasileiro ao aceitar todas as denúncias apresentadas pelo procurador-geral, transformando em réus dirigentes nacionais do PT (Dirceu, Genoíno, Luzinho...) em que Lula sempre depositou confiança e que o partido continua a festejar, constitui um sério revés no lulismo, na forma como tem gerido os seus negócios, como se tem apropriado da máquina do Estado brasileiro, como tenta fazer de conta de que não é nada e como não quer livrar-se do seu lixo. O lugar de Lula no altar dos santos padroeiros não sai beliscada; mas ele foi e é o chefe daquilo que o procurador-geral designou de quadrilha e de «sofisticada organização criminosa» (o documento da denúncia pode ser lido aqui). «Lula não sabia de nada»; ninguém de bom senso acredita neste refrão, repetido vezes sem conta pelo próprio. Desta vez, porém, é o coração do lulismo que é atingido: não apenas a classe dirigente do PT como, também, os seus aliados instrumentais durante o primeiro mandato (a que, no segundo mandato acrescenta a José Sarney gente como Renan Calheiros ou Jader Barbalho). E é o próprio evangelizador n.º 1, Duda Mendonça («o homem que traduziu o petismo para os simples de espírito») caiu na rede dos réus. A condenação moral pesa sobre o partido que era o campeão da moral e que se tinha apropriado, à esquerda, de toda a moral. Acho que ela pesa sobre Lula.

Para cúmulo, leia, no blog de Josias de Sousa /Folha de S. Paulo, a referência ao «mega-jantar organizado para render homenagens aos camaradas-mensaleiros. A escolha do cardápio não poderia ter sido mais adequada: pizzas».
[FJV]

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