31 julho, 2007

||| O estripador de Lisboa.












Prescreve, hoje, o caso do estripador de Lisboa e aparentemente ficam por esclarecer os crimes de 1992 e 1993. Uma equipa da Polícia Judiciária lidou com o caso durante anos (mesmo com o apoio pontual do FBI) sem chegar a estabelecer pistas concretas, sobretudo depois do afastamento da equipa do inspector João de Sousa.
O caso interessou-me e interessa-me. Cerca de 10 anos antes era publicado em Portugal um livro com esse título, da autoria de Luís Campos, aliás Frank Gold, aliás Luís Campos. Conheci o autor e entrevistei-o duas vezes, uma no JL (em 1986), outra na SIC («Escrita em Dia», em 1996), além de ter falado com ele várias vezes durante esses anos em que se investigavam os «crimes do estripador». Na vida real, Luís Campos era professor do Instituto Superior de Agronomia; depois era autor de «romances policiais». Como Frank Gold escreveu livros como A Rapariga de Tânger, Longa é a Noite, A Mulher de Hong Kong ou A Dama de Singapura e ainda uma homenagem a um dos históricos do romance popular, Roussado Pinto, aliás Ross Pynn, em Eu, Ross Pynn. Mas como Luís Campos, nome que passou a assinar os seus livros da década de oitenta, publicou A Morte Indecente de Mónica B., Fogo, Gata em Noite de Chuva, ou As Donzelas da Noite.
Luís Campos era um homem tranquilo, solitário e culto; várias vezes o encontrei num certo bar lisboeta onde era costume haver agentes dos homicídios da PJ e as chamadas «fontes» da noite lisboeta -- sempre sozinho. Em O Estripador de Lisboa há descrições, dados, alguns pormenores materiais que se repetem depois no caso real dos anos noventa, e Luís Campos foi alvo de investigações, tais eram as coincidências.
[FJV]

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