31 julho, 2007

||| Dez dias que abalaram o mundo.









Ana Catarina Almeida e
Miguel Urbano Rodrigues publicaram um romance intitulado Etna no Vendaval da Perestroika (edição Campo das Letras), e dedicado «aos portugueses que estudaram na União Soviética e permanecem comunistas». José Milhazes leu e comenta, chamando a atenção para «o grande número de orgasmos bem conseguidos por Etna, intervalados com citações de discursos e declarações de Mikhail Gorbatchov e de outros dirigentes soviéticos». As «aventuras “kama-sutristas” do vulcão sexual luso, fundamentalmente com homens de países oprimidos», fazem-no evocar uma reunião de militantes comunistas portugueses em Moscovo, em 1978: «Joaquim Pires Jorge, nosso controleiro e representante do PCP junto do irmão mais velho, decidiu colocar na ordem de trabalhos a discussão dos namoros e casamentos de estudantes portugueses com estrangeiros, alertando para o perigo de se estar a assistir “a uma perda de quadros para a futura revolução portuguesa”.» O «vulcão sexual luso» (daí o nome Etna, portanto) «tenta-nos convencer que Mikhail Gorbatchov conseguiu realizar, quase sozinho, aquilo a que se opunham a maioria dos dirigentes comunistas soviéticos e do povo, ou seja, a destruição da União Soviética. Um estudante que cursou História numa universidade soviética, que queimou muitas pestanas a decorar a História do PCUS, o Materialismo Histórico e Dialéctico, o Ateísmo e Comunismo Científico, apresenta-nos o decorrer dos acontecimentos, grosso modo, como uma operação planeada e realizada por Gorbatchov (claro que a CIA deveria estar algures) contra a vontade de “verdadeiros comunistas” como Vorotnikov, Ligatchov e Krutchkov e com a “passividade das massas”.» Texto de José Milhazes, completo, aqui.
[FJV]

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