04 julho, 2007

||| Bruno Tolentino. «Quero o Brasil de volta.»













Lembra-me o Gonçalo Soares, de São Paulo, que seria um pecado não assinalar o desaparecimento de Bruno Tolentino. Tem razão. Bruno, o autor de A Balada do Cárcere e de O Mundo como Idéia, viveu na Europa desde 1964 e esteve preso em Inglaterra (em Dartmoor, injustamente, por tráfico de droga: o governo britânico foi obrigado a um pedido de desculpas) foi parceiro de Cecília Meirelles, Bandeira, Drummond, ou João Cabral de Mello Neto. Curiosidade: a sua tia, Lúcia Miguel Pereira, foi biógrafa de Machado de Assis. Amigo de Beckett, W. H. Auden ou Elizabeth Bishop, e admirado por St. John Perse. O seu último livro, A imitação do amanhecer (2006), é finalista do Jabuti deste ano. Em 1996, siderado com os «intelectuais do regime» («elite analfabeta e totalmente irresponsável que entregou nossa cultura; nem estou falando da nossa classe média, que tem dinheiro para gastar em boates e shows e sair de lá gargarejando cultura...»), de Marilena Chauí aos manos Campos e aos cantores da rádio, foi claro e directo, numa entrevista à Veja: «O Brasil que eu conheci, e do qual me recordo vivamente, era um país de grande vivacidade intelectual, mesmo sendo uma província. Não estou sendo duro com o Brasil. Quero saber quem seqüestrou a inteligência brasileira. Quero meu país de volta.»
Leia, aqui, a célebre entrevista de Bruno Tolentino à Veja.
[FJV]

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