26 julho, 2007

||| Alegre, parte dois.
Quando Sócrates fez o seu primeiro congresso percebia-se que ia desmontar o velho partido. E não era por causa da célebre máquina do teleponto, que tanto fascinou os jornalistas na altura (a máquina, aliás, tinha sido comprada por Ferro Rodrigues). O velho partido tremeu mas não se deu conta de que tinha sido desmontado, pura e simplesmente. O último a percebê-lo foi Mário Soares que, depois de andar durante meses a disparar contra Sócrates, se impôs como o candidato do partido às presidenciais. Custa a crer, mas é por isso que Soares regressa ao temor pelo socialismo de plástico, que tinha situado em Blair e em Sócrates. Adiante.
O Paulo Gorjão chama, neste post, a atenção para uma frase histórica (de 23.2.2006) de Manuel Alegre:«Onde me sinto às vezes tratado como inimigo é dentro do meu próprio partido.» Mas isso não é novidade. Manuel Alegre, para o bem e para o mal, já não é deste partido desde 2005. Ele é desse partido que foi outrora o PS. Algum rigor: quantas propostas políticas (mesmo exceptuando essa graça da dissolução da AR por causa da política da água...) de Alegre durante a campanha presidencial seriam subscritas por Sócrates? Eles são intérpretes de tempos diferentes e de mundos diferentes (não, não é preciso ir buscar o caso de Souselas...). Por isso é que tem todo o sentido este post de Tomás Vasques.
[FJV]

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