13 junho, 2006

||| Questões aos juristas, 2.
No comentário ao post anterior, Jorge Silva menciona o Decreto-Lei n.º 67/2003 de 8 de Abril. Recomendo uma leitura para verificar se a lei tem alguma aplicação ao problema, que não acho nada académico, nada virtual. É um problema real que afecta a vida de muitos consumidores, neste caso consumidores de livros. Imaginemos que alguém compra um livro: a sua tradução é deficiente e tem erros graves, a impressão é irregular e defeituosa, está mal cosido ou a cola (muitas vezes usa-se cola de sapateiro, que é mais barata) não funciona, as guardas soltam-se (no caso dos hardcover, problemas com a talagarça), as notas de rodapé não correspondem à numeração exacta com que aparecem no texto -- a título de exemplo. O que pode fazer o consumidor? Já não falo de livros que não são «conformes com a descrição que deles é feita pelo vendedor» (do género «neste livro debate-se o problema do destino humano e as barreiras à felicidade») ou não possuem «as qualidades do bem que o vendedor tenha apresentado ao consumidor» (como «este livro é muito bom») -- mas de livros com problemas mais evidentes, tais como erros ortográficos, ou erros de tradução, por exemplo.

4 Comments:

Blogger Politikos said...

Bom, a questão é muito pertinente, de facto... mas se levada tão longe como propõe, caro FJV, eu todas as semanas lia os jornais e as revistas sem pagar, porque os ia trocar todos, pelo menos por erros ortográficos e sintácticos grosseiros... Que poupança... ;-)

1:38 da tarde  
Blogger Mónica (em Campanhã) said...

Em concreto: comprei um livrito de bolso das Publicações Europa-América, não porque aprecie particularmente o formato mas porque, tanto quanto consegui apurar, têm a única edição portuguesa do tal livro e eu queria mesmo AQUELE livro ("A morte de Ivan Illich", de Tolstoi, que o mestre João L Antunes refere repetidamente nos seus livros). A edição é de 2004 (não do século passado) e é confrangedora a quantidade de gralhas (muito mais que erros) por página. Apetece ler o livro de caneta vermelha em punho. Até já pensei em oferecer-me à editora, para rever, gratuitamente, a próxima edição.

Que mais poderia fazer?

7:58 da tarde  
Blogger Politikos said...

Pois é, M em campanhã, eu dava-lhe mais de uma dúzia de exemplos verdadeiramente aberrantes que por cá tenho... Devia até fazer um bestiário dessas coisas... Ainda fazia sucesso...

Extratexto: e infelizmente desapareceram os copidesques dos jornais, só o Expresso os tem - que eu saiba - e só vão ao 1.ª Caderno... De onde, o Cartaz é bem escrito e o resto «valha-nos Deus»... Espera-se pelo Sol... E ajuntei mais uma palavrita ao meu léxico: editoração...

10:43 da tarde  
Blogger Politikos said...

Caro extratexto, eu sigo o cherne, o mesmo é dizer sigo o Malaca (Dicionário da Academia) e se vir lá está o «copidesque» devidamente dicionarizado.
Tb gostei da sua proposta para o bestesseler :-) (não averiguei se o Malaca e o Houaiss já o têm e como).
E já agora se lhe interessar, e sem querer fazer publicidade aos meus escritos, veja as últimas que descobri: http://polisetc.blogspot.com/2006/05/lngua-martelo.html
Embora ache que tem razão, eu apesar de tudo sou mais tolerante com a oralidade do que com a escrita... Mas pode ser preconceito...

11:00 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home