27 outubro, 2005

||| Terramoto ainda.
O Pedro Almeida Vieira, autor do romance O Profeta do Castigo Divino (ver post abaixo) acrescenta mais informações:

«Já agora, acrescento outro livro de ficção, publicado no século XIX (1874) por Manuel Pinheiro Chagas intitulado Terremoto de Lisboa, reimpresso em 1937 (de que possuo um exemplar). Além disso, existem também várias obras pós-terramoto, de que destaco os dois poemas épicos Lisboa Reedificada (1790), de Miguel Maurício de Ramalho) e Lisboa Destruída (1803) de Teodoro de Almeida. Este último tem um estilo camoniano e segue uma linha muito «interessante»: nas notas, o autor, que era padre, salienta que «ficando Lisboa destruída, Deos conseguio dois grandes fins, que intentara, hum de se fazer temido, e respeitado dos prevaricadores daquele tempo, outro de prevenir com este aviso os Atheos, Deistas, e Materialistas Portugueses, que o Senhor pela sua presciencia divina sabia, que poucos annos depois, corrompidas das ímpias doutrinas das nações estrangeiras, se rebellariaõ contra a Religiaõ; para que se lembrassenm que Elle sabe soffrer, porque he eterno, e tambem zombar dos seus zombadoresm porque he honrado e Santo» (sic).

Por fim, na área do ensaio, aconselho os dois melhores trabalhos de historiadores sobre o terramoto de 1755. Por sinal, ambos estrangeiros. Em 1955 foi publicado no Reino Unidos (edição nos EUA no ano seguinte) um livro do então director do Museu Britânico, T. D. Knedrick, intitulado The Lisbon Earthquake. Jamais foi traduzido em português, o que é uma pena, mas pode ser encontrado em alguns alfarrabistas estrangeiros (preços bastante variados...). O outro, é muito mais recente, publicado no ano passado, e é da historiadora brasileira Mary del Priore, intitulado O Mal sobre a Terra, que se pode mandar vir de qualquer livraria online brasileira. Aliás, esta historiadora irá estar em Lisboa no dia 5 de Novembro, no seminário do ISCTE sobre o terramoto.»
Além disso, acaba de sair o poema de Voltaire sobre o terramoto de 1755, com tradução de Vasco Graça Moura.