||| José Aparecido de Oliveira.
Não é da minha geração, evidentemente, mas conheci-o numa daquelas intermináveis conversas sobre a lusofonia e a CPLP. José Aparecido, para os conhecidos, foi ministro da Cultura e governador do DF, embaixador do Brasil em Portugal e, como todos sabemos, uma das pessoas que sempre estendeu pontes entre os dois países e um dos criadores da CPLP, que acabaria por nunca funcionar como devia. O funeral foi em Conceição do Mato Dentro, Minas Gerais, e é uma pena que tenha passado tão em silêncio o seu desaparecimento. Provavelmente com o sucesso do Tratado europeu, as nossas autoridades não anotaram, como nota o Carlos Albino, todos estes factos. Fica uma homenagem, que ele merece, mesmo que nunca se tenha estado do mesmo lado da rua.
[FJV]
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1 Comments:
Já lá vão uns tempos, de certa forma largos, que pensei, pela primeira vez, em escrever no blogue do Francisco José Viegas – de que sou leitor assíduo. Talvez não se recorde, caro FJV, mas conheci-o, estava eu então a chefiar a Redacção do Diário de Notícias, lá pelos anos 80 princípio de 90. Saí em 1991, depois do roubo que foi a privatização do jornal. Tenho-o seguido através do seu labor, excelente. Na RTP – um sucesso.
Ora bem, desta feita não posso deixar de umas linhas. Conheci José Aparecido aqui em Lisboa, quando embaixador, e acompanhei-o com alguma proximidade nas diligências, muitas, que fez para que a CPLP fosse uma realidade, como foi. O verdadeiro pai da organização. Um dia, anos passados, reencontrei-o, num restaurante onde almoçava com Mário Soares. Foi uma festa, para espanto do então Presidente da República. Que me conhece desde que eu era um catraio, mas que não sabia dos laços que me ligavam a José Aparecido. Estávamos em 1994.
Três anos depois, no Brasil. De novo a alegria de nos revermos. E uma promessa: vamos fazer o possível para nos encontrarmos com mais frequência. Infelizmente, não houve essa oportunidade. Caiu-me em cima a notícia da sua morte. Morreu um Homem Bom, culto, interessado, universalista, competente e, sobretudo, empenhado, solidário e denodado.
Guardo dele uma memória que não se apagou, apaga ou apagará. José Aparecido merecia-o. José Aparecido merece-o. Daí o meu registo e o meu agrado por esta publicação no A Origem das Espécies. Daí igualmente este meu escrito. Obrigado José Aparecido de Oliveira. Obrigado Francisco José Viegas.
H. Antunes Ferreira
travessadoferreira.blogspot.com
ferreihenrique@gmail.com
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