16 setembro, 2007

||| O rugby já não é o que era. A crónica de João Fragoso Mendes.


Há vários campeonatos no Mundial de Râguebi – o das “grandes potências” (Nova Zelândia, Austrália e África do Sul); o das “potências” (Inglaterra, França, Argentina, Escócia, Gales, Irlanda e Itália); a seguir o dos “emergentes confirmados” (Fiji, Samoa, Tonga, Estados Unidos, Canadá, Geórgia e Roménia); e, no final, o dos “ainda a emergir” (Japão – já com certo avanço - Portugal e Namíbia). Neste quadro, as referências que a maioria dos portugueses têm em relação à modalidade (dos anos 60 e 70) estão ultrapassadas e enterradas. A, para muitos de nós, mítica França, nos últimos três jogos que fez com os All Blacks perdeu “apenas” por 10-65, 11-42 e 3-47 (este último em Paris); a Inglaterra, campeã mundial em título, foi batida pelos mesmos neozelandeses, em Londres, no final de 2006, por 41-20; essa mesma Inglaterra já neste mundial não conseguiu melhor que sofrer apenas 36 pontos e não marcar nenhum (!), frente à África do Sul. O râguebi do hemisfério sul já cavou um enorme fosso e não é difícil prever que uma das três “grandes potências” venha a erguer o ambicionado troféu Webb Ellis. Neste enquadramento não se exija demais a Portugal. Não temos (ainda) “pedalada” para perder com a Nova Zelândia por menos 40 pontos.

[João Fragoso Mendes é jornalista, antigo praticante (na equipa de Direito), animador do Lisboa Sevens, autor do livro 50 Anos de Rugby e ex-director da Rugby Revista; comenta neste blog os jogos do Mundial de rugby; as suas crónicas diárias podem ser lidas no Correio da Manhã.]
[FJV]

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