||| Eduardo Prado Coelho, 1944-2007.
Antes de tê-lo conhecido, era um seu leitor. Depois, foi meu professor na universidade. Era um professor tolerante, conversador, estimulante. Graças a ele, comecei a escrever nos jornais. Ficámos amigos e tratei-o sempre como «meu professor»; eu tive orgulho nisso e, a avaliar pelas vezes em que o Eduardo escreveu que eu tinha sido seu aluno, ele também devia ter tido algum em mim. Aprendi com ele, sim. Li bastante. Estudei bastante com ele. Também «polemizámos» e até nos ignorámos e irritámos. Os últimos tempos de vida de Eduardo mostraram-me que se deve ter respeito pelos mestres. Foram dolorosos; humanamente, fisicamente dolorosos estes últimos tempos. Não preciso de estar de acordo com ele (em literatura, quase nunca; em política, raramente) para reconhecer que foi um dos meus professores. Um dos mestres que tive orgulho em respeitar.
[FJV]
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