04 junho, 2007

||| Sobre os erros ortográficos.













Sobre este e outros posts, comentários por email:

Luís Varela: «Desconfio que as doutas cabeças do M.E. deverão ter descoberto isto: perante um texto sem erros ortográficos, será mais difícil descortinar os erros de interpretação! Terei descoberto a razão para tanto dislate?»

L.: «Eu não sei nada, eu só sei que os ingleses já há muito dividem a literacia entre: read, write, listen, e speak. Nos testes de inglês para cientistas estrangeiros (tip IELTS test) aparecem estes 4 tipos de testes, os gajos não misturam escrever com ler! Falar espanhol é fácil, mas já não é qualquer um que o sabe escrever bem! Os gajos, normalmente, não exigem um nível de inglês muito alto, para cientistas, parece que preferem gajos com um inglês mínimo e umas matemáticas máximas, do que o contrário! E já dizia o conhecido Snow no The Two Cultures que há muitos cientistas, das ciências puras, que nunca leram um romance, e até parece que isso é verdade! Se calhar estes pedagogos até estão a adoptar métodos melhores e mais modernos e o pessoal está aqui a mandar bocas sem saber muito bem do assunto, a mandar umas bocas das suas experiências pessoais, mas sem base em qualquer estudo. Seria bom fazer umas pesquisas para saber o que é que o pessoal que sabe do assunto já concluiu sobre a correlação entre o bem falar, o bem escrever, o bem falar, e o bem compreender. Vê lá se passas a falar com conhecimento de causa, porque é uma vergonha que um dos maiores intelectuais e cronistas portugueses fale assim à toa!»

Sofia Carneiro: «Acho, sobretudo, como refere no artigo, que é uma falta de respeito pelo trabalho dos professores. Os pedagogos do ministério ignoram esse trabalho, muitas vezes abnegado demais, sempre a remar contra a corrente. A corrente actual é a de dar erros ortográficos e de desculpabilizar todo o género de criatividade das criancinhas. Mais tarde, quando nos defrontarmos com os problemas que arrasaram com a França, por exemplo (onde até Jack Lang, diante do descalabro, propunha a adopção da gramática tradicional), veremos que é mau copiar o que eles fizeram de mal. A febre de inovar, adoptando experiências (que, em geral, deram maus resultados), apenas mostra que esses técnicos de pedagogia têm medo de si próprios, não existem sem modelos pré-fabricados. É uma pena.»
[FJV]