12 abril, 2007

||| Terceira leitura. Depois dos jornais desta manhã.
Não concordo com a ideia de que se tratou do julgamento de Sócrates. Um julgamento não se justificaria nestas circunstâncias; a linguagem da política é que pode ser efusiva e tratar assim aquilo que foi uma declaração do primeiro-ministro sobre dúvidas acumuladas acerca da sua licenciatura. Sócrates lidou bem com a circunstância e, em termos de opinião pública, pode constituir um segundo arranque para o primeiro-ministro. Mas, como diz António Barreto no Público, há coisas que ficaram afectadas para sempre. Um dos motivos pode ser, inesperadamente, a segunda parte da entrevista (Opa, Ota, impostos, etc); presumia-se que o primeiro-ministro ganharia a primeira parte da entrevista e, sendo assim, podia repetir o discurso habitual sobre essas matérias. Foi o que sucedeu. Como a primeira parte correu bem, nada o impedia de acentuar as campanhas do governo durante a segunda.

Muito bem visto pelo Paulo Gorjão. A partir de agora, qualquer discrepância entre as declarações do primeiro-ministro e pormenores eventualmente revelados por futuras investigações jornalísticas, será decisiva. E muito grave.