11 abril, 2007

||| Imagem. Segunda leitura.
A entrevista de José Sócrates podia ter sido dada noutra circunstância; misturar os dois pontos (a licenciatura, os dossiers recentes) pareceu-me errado. Sobre todas as outras matérias continuamos como antes. O que o discurso de Sócrates instituiu, com esta entrevista, foi a normalidade do estado de coisas. Tudo é normal: as circunstâncias da licenciatura e o que ela pode evidenciar, a política de comunicação, a opção da OTA, a posição do Estado e do governo na OPA da Sonae, a tentação de controlar a imprensa. Nada disto é anormal, portanto. Ou seja, o governo actual é, para Sócrates, uma espécie de fim da história. Esta mensagem fica. Cometer um erro? Normal. Haver questões de carácter? Normal; quem não tem? De alguma maneira, a normalidade é uma anestesia que se espalha por todo o lado.