28 março, 2007

Um retrato.











O primeiro dos programas de António Barreto, na RTP, foi ontem emitido. Gostei muito de ver. E de ouvir, porque a voz de António Barreto confere mais credibilidade aos números, aos dados, às análises. Fazia falta esta série. O retrato é comovente e digno; aparece-nos pela frente um país que mudou mesmo, e que mudou definitivamente em alguns aspectos. Por isso, o retrato é comovente. O livro de Barreto sobre a década prodigiosa (os anos setenta-oitenta), publicado há uns bons anos, já dava conta dessas mudanças e convinha lê-lo. Na verdade, o que realmente não mudou grande coisa, de 1975 para cá, foi o discurso da politicagem. Como se verá nas próximas emissões da série, os números e os factos irão desmentir essa gente. O programa de António Barreto será o mais cruel desmentido dos profissionais do apocalipse e da política; não porque seja feito contra eles, claro que não. Mas porque é um trabalho sério, profundo e, ainda por cima, bem escrito, realizado e apresentado.