||| O país sociológico.
O caso Andreia Elisabete dá conta do país. Na realidade, não merecia mais do que duas ou três metades de página na imprensa e uma notícia nos telejornais, mas o país sociológico anda assim há anos: dá a vida por casos que deviam ser resolvidos com decência e sem estes excessos de vingança e ressentimento. Por um lado, pobre país que delira com raptos, esperas nos tribunais, e com as televisões que estendem o microfone para a gritaria. Por outro lado, estranho que a ERC, sempre tão acomodada a opinar sobre tudo e mais alguma coisa e a gerir politicamente as suas próprias opiniões, não tenha ainda dito qualquer coisa, muito subtil, como «tratem isso com decência». O país sociológico vibra com a gritaria dos pobres e dos desprotegidos; a Caras dos pobres tem de ter miséria no lar, sangue na rua e exposição pública. E gente a gritar nos tribunais.
A Origem das Espécies
We have no more beginnings. {George Steiner}
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