27 março, 2007

||| Farto da Senhora de Fátima da Ota.
Como quase tudo o que exige respostas racionais entre nós, a questão da OTA é tratada como problema de fé. Há crentes de um e de outro lado. Sou um leigo, entendo pouquíssimo dessas questões técnicas que deviam estar presentes no debate. Compreendo as questões de fé ligadas à OTA, porque são idiotas; mas a contabilidade real de vantagens e desvantagens ainda não a vi. Murmura-se sobre estudos. Fui vê-los. Parece-me que aceitam a hipótese da OTA; mas há dúvidas noutros, há dúvidas. Haverá sempre dúvidas em questões de fé.
Pessoalmente, preferia um aeroporto ao pé da porta e não me apetece andar 50 kms para apanhar um avião para Madrid. Mas, se for na OTA, que ao menos seja decente o acesso, com comboios rápidos e cómodos ao pé da porta. Não me venham é com a ideia de que vamos concorrer com Madrid seja no que for excepto nos voos para o Brasil e, talvez, África. Tantas promessas de futuro lembram-me sempre a Expo, e o melhor que ficou da Expo não está na Expo – são estradas, viadutos, pontes que levam às proximidades da Expo. Portanto, sejam moderados e maneirinhos: precisamos de um novo aeroporto, provavelmente, mas não me venham com a questão da nacionalidade a propósito de duas pistas para Airbus 380 ou com a concorrência com Castela, a Eterna Rival. Façam as contas. Não se trata – não se pode tratar – de uma questão de fé. Ou de compromisso pessoal.