09 janeiro, 2007

||| TLEBS.
O monstro volta a atacar. Só por preguiça não escrevi nada este fim-de-semana sobre as declarações do director-geral da Inovação e Desenvolvimento Curricular, do Ministério da Educação. Nelas, o dr. Luís Capucha afirma que a TLEBS tem deficiências e que a maior parte delas só se corriguirá depois de serem identificadas «na prática com os alunos», que servirão de cobaias para uma terminologia que «tem deficiências», como reconhece à partida. Apesar disso, o dr. Luís Capucha entende não querer «que a TLEBS seja um corpo estranho nas escolas». É brilhante. Portanto, haverá agora uma comissão que corrigirá as deficiências (onde estará, entre outros, o Prof. Aguiar e Silva), mas o Ministério vai fazer uma «comparação, através dos exames do 9.º e do 12.º ano» entre os alunos que tiveram a TLEBS e aqueles que não a tiveram -- para saber quem deles está melhor a Português (vai ser bonito, vai).
É o corporativismo do ME a funcionar no seu melhor, uns defendendo os outros para que uns e outros não sejam atacados.
Mas há uma passagem atrevida na entrevista com o dr. Luís Capucha; afirma ele: «A TLEBS tem diversos níveis de complexidade e é um instrumento científico. Provavelmente não teria feito sentido que o anterior Governo a tivesse aprovado.» Pergunta a jornalista Barbara Wong: «Discorda dessa decisão?» Volta: «Creio que o Governo PSD-CDS/PP deveria ter incentivado a construção de uma terminologia uniformizada; mas a principal missão do ME seria pegar nesse instrumento científico e transformá-lo em conteúdos passíveis de administração ao ensino.» Mas que tem a ver isto com a jogada à defesa, invocando o Governo PSD-CDS/PP?

[O link fornecido acima está disponível apenas para assinantes, pelo que publiquei a entrevista na íntegra, aqui.]