||| As hipóteses, 4. [TLEBS]
Escreve, por mail, Isabel Santos:
«Sou a favor da mudança no ensino da Língua. Sou licenciada em Português/Inglês e já tive alunos que não sabem a diferença entre um adjectivo e um advérbio ou entre uma conjunção e uma preposição; que distribuem de forma automática os famosos e erróneos complementos verbais, que desconhecem a importância dos segmentos sonoros e surdos na pronúncia das formas verbais no Inglês. E isto acontece porque durante anos, ou décadas, se abafou a linguística “no manto diáfano” da literatura. É mais fácil analisar um texto por aula ou fazer a escansão métrica. Na realidade, há muitos professores de línguas ignorantes, porque julgam que ensinar uma língua é saber analisar um texto dessa língua. Não considero que a nova velha terminologia seja assim tão escabrosa. Para os alunos, sê-lo-á ou não dependendo da atitude e competência do professor. Manter o antigo método de (não) ensino e a “fácil” terminologia só ajudará a perpetuar o desconhecimento que temos da nossa língua. Já agora, quando se ensina o aparelho digestivo ou a tabela periódica também se altera a terminologia?»
A Joana C.Dias, por mail:
«A minha mãe, professora de Português reformada tem amigas que ainda leccionam e que a põem a par do que se passa no terreno. Agora a Tlebs anda na ordem do dia, e para além dos artigos de opinião que a minha mãe lê, ouve as ex-colegas que contam as barbaridades da formação para professores que os tlebso-iluminados vão fazer ao Liceu (quer dizer, escola Secundária) [...] no Porto a mando do Ministério. Entre algumas particularidades, a senhora formadora de professores deu como exemplo de palavras homónimas: «sede» («quero beber porque tenho sede») e «sede» («a sede do BPI é no Porto»), que são na realidade homógrafas. Também disse que os substantivos terminados em "o" eram masculinos; foi-lhe perguntado como se classificava "nómada" e a senhora respondeu prontamente que não se dão exemplos desses aos alunos. Ok, é maneira original de fazer e explicar gramática ou seja lá o que lhes querem chamar agora. Só que também não explicou o que se faz com "dia" e tantos outros substantivos, ou quantificadores ou lá o que é, ligados a profissões: o pianista, o electricista. A senhora não sabe é gramática.»
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