17 novembro, 2006

||| Cavaco, 2.
Por outro lado, há uma questão infantil de timing: primeiro, Cavaco desarma os catastrofistas que, durante toda a campanha presidencial, lançaram repetidos avisos sobre o trágico que iria ser a eleição de um presidente destinado a minar e torpedear a acção de José Sócrates. Vai abaixo a argumentação de tão ilustres «defensores da estabilidade institucional» (que agora já não querem). Algumas destas vozes, inclusive, têm passado para a oposição a Sócrates.
Segundo, quer reinar sobre o país dos seus sonhos -- tranquilo, com os remadores de Ben-Hur afinadinhos e a miragem «do crescimento» no final do sprint. Aqui sim, pode estar o erro de perspectiva: a sociedade tem o direito de viver a política de forma conflituosa. Mas de uma coisa ninguém pode acusar Cavaco: de não dar a sua opinião. Ele é, também, aquilo.