15 outubro, 2006

||| The Temptations, «Papa Was a Rolling Stone (1972)»

«Em 1973 o silêncio era muito pesado, denso, irreal, mesmo com aquelas canções dos The Temptations, Papa Was a Rolling Stone, «papa was a rolling stone, wherever he laid his hat was his home, and when he died all he left us was alone, papa was a rolling stone», e «that’s why I can’t seem to understand why, girl, girl, girl, why you wanna make me blue? I’m askin’ you girl, girl, girl, why you wanna make me blue?» e o som, ele não esqueceria o som da Orquestra Moderna Os Embaixadores, parecia o som que iluminava toda a sua memória, a dos babás da Pastelaria Princesa, a do buffet ao domingo no Polana, a do chá das cinco, a dos machibombos ruidosos a chegar à Mac Mahon, Papa Was a Rolling Stone, o mar, Papa Was a Rolling Stone, o céu, Papa Was a Rolling Stone, o vento de Lourenço Marques, os bailes de casamentos, as cadeiras que se afastavam nas rodas à volta das mesas do Scala, as matinées na Igreja da Polana, o maillot, como então se dizia, de Maria de Lurdes, a descer até à cintura.» Lourenço Marques.