07 outubro, 2006

||| O cantinho do hooligan. Bola, com uma semana de atraso.
«Por motivos suspeitos e absurdos, o Sporting de Braga-FC Porto desta semana lembrou-me Didi, considerado o melhor criador de jogo no Mundial de 1958, na Suécia – o campeonato que marcou a arrancada do Brasil. Ia distrair-me e falar de Pelé, Mané Garrincha, Vavá, Nilton Santos, Mazzola e Didi, mas não vale a pena. Fico-me por Didi como o contrário de tudo o que o FC Porto fez em campo. Duas frases do génio, apenas. A primeira, enganosa: “Quem corre é ela”, dizia Didi (especialista no golpe de “folha seca”) sobre a bola. Os jogadores do FC Porto também esperavam que a bola corresse e os substituísse ao longo do jogo – mas não fizeram nada por isso, como se sofressem de paralisia temporária nas meninges. A outra frase de Didi é patifaria: “Eu tratava a bola com tanto carinho como trato a minha mulher, tinha por ela um carinho tremendo. Se você a maltratar, quebra a perna.” Se isso fosse verdade, os rapazes tinham saído de Braga em maca e embrulhados em gesso, directamente para a ortopedia do Dragão. Na verdade, em noventa minutos, os jogadores do Porto maltrataram a bola quanto podiam. Já não repito que o segundo golo do Braga foi, também, obra da vastíssima preguiça daquela manada fatigada que defendia a área; o primeiro foi resultado da sua arrogância, o segundo da sua preguiça. Em ambos os casos, mereceram perder, convencidos de que o Braga ia fazer em casa aquilo que tinha feito em Itália na primeira parte do jogo com o Chievo. Ora, de convencidos está o purgatório cheio.» Aqui.