13 agosto, 2006

||| Vontade de rir.
Nesta última quinzena chamaram-me «nazi-sionista», «apaniguado de Sharon», «belicista», «menos equitativo do que o Aspirina B», «criminoso de guerra», «likudista», «fundamentalista», o que quiserem, fora o que se sabe -- tudo a propósito do Médio Oriente. Lembro-me de que escrevi (repetindo o que digo desde há anos) que «não se pode duvidar da necessidade absoluta da existência de um estado palestiniano democrático, onde as pessoas vivam decentemente, façam negócios, vão às escolas e às mesquitas, frequentem a praia e escolham os seus representantes». Mas não basta, portanto. As patrulhas ideológicas nunca se satisfazem, a sua sede é imensa, o seu olho prestável só vê uma cor.
Nunca escondi a família a que pertenço; é uma fatalidade. A vantagem da minha família é que não põe em causa a existência das outras. Mas isso não basta; eles vêem o mundo em duas cores, e ambas estão trocadas.