12 agosto, 2006

||| A ira.
O «romantismo revolucionário» não olha a meios para obter o perdão do tempo. A imagem do conflito a partir do início da II Intifada foi lida nesse contexto: um punhado de pedras de um lado, e de balas cegas do outro (infelizmente, pouca gente ou nenhuma, na nossa imprensa, lê árabe ou vê as televisões locais). Maravilhosa simplificação da história: nesse contexto, o partido a tomar é o da paixão e o da ira, porque aí, se alguém ler a cena à distância, deve existir alguma razão, alguma verdade. Mas as lágrimas, a morte, o sofrimento e a ira não constituem uma ideia, nem uma causa, nem um motivo. São apenas lágrimas, morte, sofrimento e ira -- e contagem de vítimas feitas mártires. A história é outra coisa. Mesmo quando se pensa em sentido contrário.