||| Quando se trata de Israel.
«Isolado desde 1947, quando as Nações Unidas decidiram pela criação de dois estados na região (um israelita, outro árabe) Israel não enfrenta apenas a provocação deliberada ou pontual do Hamas e do Hezbollah. Essa provocação tem sido permanente e é ela a razão de não existir na região um estado palestiniano livre e democrático [...]». Texto no JN, agora que regressaram as colunas de segunda-feira.
A Origem das Espécies
We have no more beginnings. {George Steiner}
17 julho, 2006
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11 Comments:
Pois é, Francisco, há quem não siga com muita atenção as notícias (mesmo quando são facciosas...).
Bush, em conversa particular com Blair no G8, tinha razão: é preciso obrigar a Síria e o Hezbollah a acabar com "esta merda". Mas o politicamente correcto reinante será um grande obstáculo.
Caro FJV,
neste caso ter razão não basta. Ou bem que se é pela paz, por difícil ou utópico que isso pareça ser (e tal paz carece, mais do que provas taxativas em contrário, de sério empenho), ou bem que se não é pela paz. Tomar partido por um dos pontos de vista político-religioso, utilizar uma certa terminologia de agressão, rebaixamento ou exaltação, justificar esta ou aquela acção ou reacção com base na História, é entrar na guerra – e, pior, dar-lhe continuidade. A tomar partido, que se tome o partido das vítimas; e há-as de parte a parte…
Não se cortaram as ajudas monetárias da União Europeia ao governo palestiniano quando o Hamas se recusou a parar com o discurso de violência e a reconhecer Israel?
Tem mesmo a certeza que a razão de não existir um estado palestino independente se deve somente aos árabes? Não leu os sítios na Internet que ainda hoje recusam a existência de um povo palestino? Não leu os escritos que afirmam uma Palestina vazia até que chegou o povo eleito?
Tomar partido? Pelas vítimas. É só mesmo por aí, que de todos os lados é sangue e intolerância e sonhos mitológicos, milenares e tribalistas.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Tenho muita pena, mas não posso subscrever o artigo.
Não me parece de forma alguma evidente que a Europa esteja assim tão calada quanto aos desmandos das organizações radicais referidas ou aos estados que as suportam. Como se diz aí em cima, a UE cortou os fundos ao Hamas como forma de pressão, além de estar a tentar resolver a crise com o Irão e ter tido um papel preponderante na saída das tropas sírias do Líbano. E tentou, com o beneplácito de Abu Mazem, formar uma força palestiniana que controlasse os mais radicais. Parte das infraestruturas palestinianas também foram erguidas com dinheiros da UE, para ajudar precisamente à construção de um estado palestiniano democrático e livre. Por isso, podem e devem interessar-se pelo caso e criticar Israel se a resposta Às provocações as exceder largamente. Não é bombardeando autocarros (o que os põe ao nível dos bombistas suicidas pelestinianos) ou aeroportos estrangeiros que conseguirão dissuadir ninguém. Bem pelo contrário. Chama-se a isso ter toda a razão para depois a perder.
E isto não é o "politicamente correcto", esse termo tão vazio de significado: são regras básicas, válidas para a guerra como para a paz.
Há um momento importante no seu texto. Quando diz «apenas por pudor, acredito, [o contingente de comentadores] não tem valorizado os "heróis do Hezbollah". Será que o Francisco não poderá conceber que se possa condenar uma reacção de Israel sem que se esteja "do lado" do Hezbollah ou do Hamas? Claro que haverá comentadores que gostariam de ver sangue israelita, mas não creio, não posso crer, que a maioria seja assim sangrenta.
O que eu condeno no seu texto é a falta de crítica (muito comum a judeus não israelitas) às acções de Israel. Claro que o Hezbollah é uma organização (mais que militar) para-militar terrorista. Claro que o Hamas também o é (mas será também mais que isso, caso contrário não ganharia eleições que foram democráticas). Mas também por isso não se pode responder na mesma moeda. Não se podem atingir alvos civis em resposta a uma iniciativa que, curiosamente, até foi militar (rapto de soldados).
Israel é, de facto, a única democracia do médio oriente. Israel tem, de facto, o ascendente moral. Mas Israel tem também, na minha opinião, um dever, um dever que lhe vem da História, da sua História, o de mostrar que não responde da mesma forma às agressões que sofre.
A resposta adequada aos actos do Hezbollah é tão óbvia como difícil: uma acção militar bem organizada contra a estrutura militar do Hezbollah. Com o Hamas algo de semelhante deveria ser feito. Bombardeamentos puros e simples de nada servem para lá de acicatar ainda mais os ânimos e de criar "mártires" que, de outra forma, possivelmente nada dariam à "causa".
Israel tem realmente a superioridade moral, mas por isso mesmo não a pode perder com ataques pífios e desadequados. A paz, que é a única solução para aquela zona do planeta, não o pode suportar.
Pois é... Mas deixando de lados os novos chavões (que, de resto, funcionam da mesma forma que os velhos, ou seja, para retirar e classificar à nascença os argumentos contrários) há que olhar com atenção para a fotografia tremida do Médio Oriente. Ficam todos tão mal...
E, já agora, começa a soar demasiadamente políticamente correcto falar tanto em políticamente correcto para dizer que quem não pensa como nós, não pensa e pronto.
Já lá vão 300 mortos à conta da resposta a mais uma provocação. Gostava de saber o que é que libaneses inocentes e turistas inocentes têm a ver com o Hezbollah...
É tudo uma grande tanga, não é?
http://viagempelasruasdaamargura.blogspot.com/2006/07/quando-se-trata-de-israel.html
FJV,
mais um a discordar consigo. e já agora a subscrever muitos dos apontamentos críticos aqui lidos. quase tudo o que escreve tem um fundo de verdade mas não é verdadeiro, como já muitos o referiram. em primeiro lugar as acções do Hezbolah por mais surpreendentes que tenham sido são situações possíveis de resolver pela negociação. não seria a primeira vez. Israel caiu voluntariamente na armadilha que lhe montraram e agiu como um estado terrorrista. resta-me dizer que Israel tem de optar de que lado quer estar. do lado do radicalismo e do extremismo político, beligerante, ou do lado da politica moderada. O que é importante é que se escolher o primeiro e continuar a subscrever acções contra civis que são puros actos de terrorismo de estado, não pode ter o nosso apoio. Por útimo, compreendo a sua dor de, por tanto amar Isarel, sentir que tem de defender algumas coisas que são indefensáveis para qualquer tipo com alguma decência politica, como são o caso dos ataques deliberados contra alvos civis, mas também lhe digo que não é a única forma de amar Israel. Uma outra possibilidade é querer que esse pequeno grande Estado, continue do lado do direito internacional.
Felicidades
Caro Francisco:
Neste pais e continente do politicamente correcto, voce tal como eu estaremos sempre em minoria. Embora sem os seus dotes de escritor, veja o que sobre o tema escrevi no meu sitio.
Um abraco.
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