08 julho, 2006

||| Figo.











E Figo entrou no final a fazer o passe para Nuno Gomes (por momentos ainda temi que o casmurro metesse Postiga): barba por fazer, arrancado à sesta, despenteado, quase estremunhado, lá foram buscá-lo para tentar fazer alguma coisa. E ele fez. Figo, como Ronaldo, é a prova de que não vão conseguir impor aquele futebol sem arte, sem imaginação e sem originalidade (o da Inglaterra, por exemplo). Pode haver “espírito de grupo” (como os peregrinos à Santa), “união no grupo de trabalho” (como se fosse uma comissão excursionista) e até burrice promovida a estratégia ganhadora – mas sem talento não há golos. Por isso foram arrancar Figo ao divã: porque, a dez minutos do fim, precisavam de futebol. Apesar de haver gente satisfeita por ver equipas bípedes transformadas em quadrúpedes.

10 Comments:

Blogger João Miguel Almeida said...

Sou um leigo em futebol, mas parece-me que Figo devia ter entrado uma hora mais cedo e Nuno Gomes um jogo mais cedo.

11:03 da tarde  
Blogger pepe said...

Subscrevo post e comentário de jma.
Reconheço o mérito de Scolari, as provas dadas estão aí: a final do Europeu, a meia-final no Mundial, um espirito de equipa fabuloso.
Porém, mantém os mesmos defeitos:perante o mau resultado não reage, não muda, não altera nada excepto a 15 minutos do fim!
Ao intervalo do jogo de hoje porque demorou a retirar Pauleta (um erro de casting) e começar as substituições? Com a França há dias e com a Grécia há dois anos foi igual.

11:23 da tarde  
Blogger NUNO FERREIRA said...

"Apesar de haver gente satisfeita por ver equipas bípedes transformadas em quadrúpedes". Quem?

1:53 da manhã  
Blogger lector said...

Caro Pepe, quem lhe garante a si que se Scolari tivesse seguido os seus conselhos (e os de milhares de conselheiros anónimos) teria obtido melhores resultados? As suas hipóteses não são falsificáveis (diria Popper), logo não são científicas. É a magia do futebol: não ser científico. Ainda que muitos o queiram tornar uma ciência. Mas é do futebol como arte de que muito bem fala fjv. O de Figo. E o de Cristiano Ronaldo. E já agora uma palavra de louvor ao miúdo, que aguentou as assobiadelas injustas durante aqueles jogos todos continuando a fazer magia com a bola e com os pés mesmo quando fazia disparate. Os que o assobiavam, quando repetia no écran gigante o que ele fazia, talvez (hipótese não falsificável, eu sei) pensassem: «os nossos podem ser muito eficazes, mas não conseguiriam atingir esta beleza!».

12:41 da tarde  
Blogger K. said...

Que saudades vão ter todos do futebol do Figo.

2:20 da tarde  
Blogger Nelson said...

Este foi um Mundial do Figo, sem dúvida. Fez esquecer a idade e mostrou aquilo que sabe.
No final disse adeus à selecção de uma forma extramamente correcta.

7:11 da tarde  
Blogger Delfim said...

Fossem os nossos jornalistas tão competentes como o casmurro Scolari ... se calhar ainda tínhamos a Grande Reportagem para ler grandes reportagens...

10:36 da tarde  
Blogger João Luís Barreto Guimarães said...

QUASE

«Eu vi a luz em um país perdido»
Camilo Pessanha, Clepsydra

«Toma a bola no peito
pousa-a à
entrada da área
solta-a com o pé direito frente
à biqueira esquerda
(tem um adversário pela frente)
finta-o e
entra na área
dribla em esforço remata em arco e
vai ao poste»

11:01 da tarde  
Blogger Malta da Rua said...

E pronto, viram os violinos no Jamor? Entram os violinos...para apagar a falta de audácia do treinador e a falta de forma de Deco, N.Valente e Pauleta. Afinal ganhámos ao México, à Holanda e à Inglaterra. Ganhámos por uma unha negra a estes 3 mas ganhámos. Claro, que ganharíamos a estes 3 normalmente, já o fizemos antes, com Scolari ou sem Scolari. Ainda nos falta mesmo é a ousadia de jogar com 2 pontas de lança e o instinto matador nos últimos 30 metros. Ah, e o Figo não acabou a carreira à cabeçada... enfim, latinos, ou mesmo, magrebinos...

11:07 da tarde  
Blogger Malta da Rua said...

Também há quem não apresente soluções... para nada. Aliás, o país está cheio deles :-)

2:38 da manhã  

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