02 junho, 2006

||| Cecília Meireles. (Às vezes eu leio demasiadas vezes este poema, mas não há remédio, e de tempos a tempos aparece aqui.)










«Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor./ Outras vezes encontro nuvens espessas./ Avisto crianças que vão para a escola./ Pardais que pulam pelo muro./ Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais./ Borboletas brancas, duas a duas,/ como refletidas no espelho do ar./ Marimbondos que sempre me parecem/ personagens de Lope de Vega./ Às vezes, um galo canta./ Às vezes, um avião passa. [...]» [Cecília Meireles]

1 Comments:

Blogger George Cassiel said...

Por que me falas nesse idioma? perguntei-lhe, sonhando.
Em qualquer língua se entende essa palavra.
Sem qualquer língua.
O sangue sabe-o.
Uma inteligência esparsa aprende
esse convite inadiável.
Búzios somos, moendo a vida
inteira essa música incessante.
Morte, morte.
Levamos toda a vida morrendo em surdina.
No trabalho, no amor, acordados, em sonho.
A vida é a vigilância da morte,
até que o seu fogo veemente nos consuma
sem a consumir.
(Cecília Meireles)

11:45 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home