17 maio, 2006

||| São Paulo, Brasil, 4.
No voo Salvador-São Paulo, domingo, ao princípio da noite (com atraso devido ao temporal), mal o avião pousa em Guarulhos, os telefones começam a funcionar. Todos perguntam, a quem está lá fora, se é seguro sair para a cidade.

1 Comments:

Blogger Silvia Chueire said...

É terrível o que acontece, e o medo agudo de todos; uma amiga minha ia dirigindo na Av. Rebouças (SP) há dois dias e viu descendo mais à frente um helicóptero da polícia. Imagine, no meio daquela avenida, no meio do trânsito! Tomada de medo e preocupada com a filha que estava junto distraiu-se e bateu no carro da frente. De dentro do carro sai para discutir com ela um sujeito já com uma chave de rodas na mão. Felizmente nada mais grave aconteceu.
Eu dizia, o medo, depois vem a indignação com a incompetência da polícia,dos governos. A sensação desanimadora de que isto não tem mais jeito (e tem, claro).
Então para sobrevivermos, sem enlouquecer mergulhados na paranóia ou em depressão, há sempre o momento, em que "desligamos" a tragédia e dela fazemos piada política. Ou vamos pra farra. Compor, cantar, dançar um samba, conforme a aptidão de cada um.Ou à praia,ou beber uma cerveja, uma pinga com os amigos, jogar futebol, namorar. Enfim, os recursos são vários para lidar com as consequências desta crise que não acaba há anos, sem entrar em surto, o povo sabe o que faz. O que falta são governos que resolvam as coisas. De preferência sem negociar com os bandidos e sem entregar o governo nas mãos deles, que é o que ocorre nos países que têm o crime ainda mais organizado. Nestes, o crime faz parte de todos, está cravado na vontade de todos, mesmo dos que não o querem. Tem que ser engolido garganta abaixo, em silêncio.
Estamos à beira disso? Não creio. Mas pelo andar da carruagem logo estaremos.

Abraços,
Silvia Chueire

8:50 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home