||| Números.
Ainda ninguém se riu da guerra de números sobre a descida do desemprego. Só o Instituto de Emprego murmurou, baixinho, para não estragar a festa: «Há é menos inscritos nos centros de emprego...»
Comentário do Pedro Almeida Vieira: «A questão da taxa de desemprego apresentada pelo Governo é sempre uma ficção, embora apenas uma vez em cada década se possa avaliar o seu grau: na altura em que são apresentados os resultados dos Censos. Aí sim, estamos a falar de números verdadeiros (relativos a 100% da população). A título de exemplo, recordo-me que a taxa de desemprego apontada pelas amostragem do INE no primeiro trimestre de 2001 - altura em que se fez o último recenseamento da população - rondava então cerca de 4% da população activa. Contudo, os valores dos Censos indicaram cerca de 7% da população. Ou seja, quase o dobro... Estas discrepância devem-se sobretudo aos métodos de amostragem das estimativas apontadas trimestralmente pelo Governo, que são, obviamente, fáceis de manipular ao gosto do freguês...»
A Origem das Espécies
We have no more beginnings. {George Steiner}
2 Comments:
Caro Francisco, a questão da taxa de desemprego apresentada pelo Governo é sempre uma ficção, embora apenas uma vez em cada década se possa avaliar o seu grau: na altura em que são apresentados os resultados dos Censos. Aí sim, estamos a falar de números verdadeiros (relativos a 100% da população). A título de exemplo, recordo-me que a taxa de desemprego apontada pelas amostragem do INE no primeiro trimestre de 2001 - altura em que se fez o último recenseamento da população - rondava então cerca de 4% da população activa. Contudo, os valores dos Censos indicaram cerca de 7% da população. Ou seja, quase o dobro...
Estas discrepância devem-se sobretudo aos métodos de amostragem das estimativas apontadas trimestralmente pelo Governo, que são, obviamente, fáceis de manipular ao gosto do freguês...
Os Centros de Formação de gestão directa do IEFP empreenderam, recentemente, uma desenfreada oferta de formação para desempregados. De entre a oferta, os cursos EFA (Educação e Formação de Adultos) que conferem habilitações escolares aos formandos (B2 e B3 é a designação, respectivamente, para o 6º e o 9º ano), ocupam a maior fatia. Segundo julgo saber, frequentador de formação do IEFP a receber bolsa de formação é desempregado com a condição oficialmente suspensa. Ora, a ser assim basta multiplicar os cursos de formação que iniciaram o mês passado por todo o país por 13 ou 14 (número médio de formandos por turma), utilizar este valor para denominador de uma fracção que tem como numerador o número de desempregados inscritos e oficialmente considerados, multiplicar por 100, e devemos chegar perto do valor da redução do desemprego anunciada.
(in http://epicurtas.blogspot.com)
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