22 janeiro, 2006

||| Segunda-feira, 14.
É inexplicável que Manuel Alegre tenha dito que ficou a décimas dos seus objectivos, seguindo o raciocínio do Diário de Notícias de hoje, ou seja, reafirmando que o único objectivo era levar Cavaco Silva à segunda volta. Pobre esquerda que se contenta com a pequena «liga dos últimos» e não compreendeu, desde o princípio, o que estava em causa -- compreender um país que tinha mudado entretanto.

3 Comments:

Blogger HUMORBOY said...

Pobre país masoquista, que quer sofrer ainda mais! Foram décimas SIM!

12:23 da manhã  
Blogger António Viriato said...

Que pena que eu tenho do Poeta, quando oiço o Político debitar tais desconchavos...

2:07 da manhã  
Blogger Carlos said...

Caro Francisco,

É uma questão de interpretação. Eu concordo parcialmente consigo: «pobre esquerda que se contenta com a pequena liga dos últimos». Mas, se o país mudou, não foi apenas pela vitória de Cavaco Silva. Cavaco Silva foi, de facto, o grande vencedor da noite. Contra factos, não há argumentos. Mas há mais análises que se podem fazer, não lhe parece? Há exactamente 20 anos, a única candidatura independente, a de Maria de Lourdes Pintasilgo, conseguiu apenas 7,4% dos votos expressos. Agora, a candidatura de Manuel Alegre (na qual votei, apesar de considerar que Manuel Alegre não chega aos calcanhares de Pintasilgo), igualmente sem apoios partidários, conseguiu 20,7% dos votos. Ora, isto também significa alguma coisa, não lhe parece? Claro que o Francisco pode optar por desvalorizar quem perde, o que é perfeitamente legítimo, mas a verdade é que 49,4% das pessoas que votaram nestas eleições não escolheram o candidato vencedor. Perderam, claro: é uma regra da democracia. Mas não deixam de existir, nem têm que se remeter ao silêncio: é outra das regras da democracia.

Cumprimentos,
Carlos Azevedo

2:58 da tarde  

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