||| O balanço.
À medida que vou fazendo o balanço dos livros do ano e lendo os dos outros, aqui e ali, vou reparando como estavam certos os pessimistas das aulas de teoria da literatura durante os debates da faculdade. Alguns terminavam em insulto. Eu era contra «os impressionistas». Na verdade, o estruturalismo era a doença infantil dos estudos literários modernos: tudo a limpo, com aquela transição suave para a «desconstrução». Li muito Paul De Man. Quando encontrei o «pai do estruturalismo» pela frente, numa sala de aula, vi que ele já tinha feito outra transição, para a «hermenêutica», para os clássicos alemães; e que nós tínhamos sido ultrapassados «pela direita». Não me senti traído; senti-me um personagem das novelas de Tom Sharpe, quando Eva Wilt vai de fim-de-semana com um «casal moderno» e «sexualmente livre» para descobrir que era tudo fachada.
A Origem das Espécies
We have no more beginnings. {George Steiner}
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