21 novembro, 2005

||| Leituras.
Nesta semana, três leituras que acabaram na madrugada de hoje: Os Dias de Veneza, de Eduardo Pitta (Quási), uma visitação à cidade e à sua mitologia, mas também à sua poeira -- ou seja, ao que da sua tradição literária circula hoje no nosso dia; Bilhete de Identidade, de Maria Filomena Mónica (Alêtheia), que me deixou com uma sensação muito estranha, a de estar diante de uma autobiografia não-autorizada; e o Codex 632, de José Rodrigues dos Santos (Gradiva), que não sei explicar senão em redor da construção de um Robert Langdon português (Tomás Noronha) que de repente se torna omnisciente acerca de Colombo. Voltarei a cada um deles. No fundo, são agora sete da manhã e acordar cedo não é motivação literária suficiente.

3 Comments:

Blogger Carlos said...

Compreendo perfeitamente o que escreve sobre a leitura das memórias de Maria Filomena Mónica. Fiquei com uma sensação semelhante.

11:05 da manhã  
Blogger F said...

Monica: ser «demasiado confessional» não é mau. É um risco e pode ser um absurdo. Mas pode ser uma experiência literária comovente. Como se diz no Porto, «é consoante»... Para que serve um livro, não é essa a pergunta que nos fazemos de vez em quando?

Carlos: a sensação é estranha porque, na verdade, fiquei com a impressão de que precisava de reler alguns livros de V.P.V, por exemplo, à luz do livro da M.F.Mónica. Seria isso necessário?

12:40 da tarde  
Blogger Carlos said...

Não penso que seja necessário ler alguns livros de VPV à luz do livro de MFM. Naturalmente, duas pessoas retêm diferentes memórias daquilo que viveram juntas. Confesso, no entanto, que achei delicioso o episódio em que é relatada a emoção de VPV quando Álvaro Cunhal regressou a Portugal, em 1974.

O que eu achei, mas posso, evidentemente, estar errado, é que há um intuito provocatório na forma como são descritas situações que envolvem terceiros. Um exemplo: as fotografias de MFM, ainda bebé, no colo da mãe e no colo da avó Maria. MFM realça nas legendas (não era necessário; é visível na fotografia) que estava bem disposta no colo da avó Maria e a chorar no colo da mãe. Dito de outra forma: há certas partes do livro que me parecem um ajuste de contas. Mas, globalmente, foi uma leitura interessante.

6:02 da tarde  

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