07 novembro, 2005

||| A ausência de República, 2.
O presidente Jorge Sampaio esteve hoje em Belmonte, no museu judaico. E disse que temos de «defender aquilo que é a capacidade de integração, de conviver com o outro, de termos as minorias que se possam exprimir da forma que queiram. Isso faz parte do nosso país, da nossa cultura». Sampaio falava sob duas correntes de emoção: a da visita ao Museu Judaico, testemunha das perseguições aos judeus; e a dos acontecimentos em França. Há certamente um lapso do presidente: as minorias, ou as maiorias, não podem exprimir-se «da forma que queiram». É o dilema da República, na mesma: se uma comunidade decidir instituir a excisão genital feminina, o sacrifício ritual de animais, a violência doméstica, a escravatura, o ataque indiscriminado contra o Estado e o país de acolhimento, o desrespeito pela lei geral que deve reger todos os cidadãos -- independentemente da sua religião ou origem --, como deve o Estado reagir?

2 Comments:

Blogger PR said...

certo. mas as massas erram. O emigrante deve trazer com ele a sua cultura, mas deve também respeitar a ideologia vigente no país de acolhimento.

Os movimentos alastram-se para além de paris. Bélgica e alemanha também partilham do problema. Uma óptima oportunidade para a ascenção de um cabecilha; uma vez que as massas tomem consciência de si, e que sejam comandadas, corre-se o risco de uma revolução mundial.

Talvez o fim do capitalismo, previsto por marx, pelo esgotamento do próprio sistema, tenha chegado mais cedo do que o previsto. talvez não.

Mas este é um problema bem mais grave do que o da gripe das aves.

Os bárbaros vieram do norte para invadir roma. Agora, os bárbaros somos nós e os que habitam ao nosso lado. A história repete-se.

a culpa não é de ninguém; não existe uma verdade absoluta.

mas pequenas quezílias, como o uso do véu nas escolas pelas crianças árabes, estimulam ódios... a culpa é dos franceses, dos emigrantes, e de todos nós, que assistimos permissivos a uma subversão dos valores da nossa sociedade.

democracia uma ova.


mais uma vez, inflamado, perco o fio à meada. Perdão.

10:25 da tarde  
Blogger F said...

Justamente, Ernesto. Eu não diria assim, mas a ideia anda perto.

10:31 da tarde  

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