20 novembro, 2005

||| Ainda «os beijos na escola».
A opinião de José António Saraiva no Expresso de ontem parte, digamos, de premissas erradas. A primeira delas é quando mistura (como acentuou Eduardo Pitta) alunas & magalas («O que faria o comandante de uma unidade se dois soldados do mesmo sexo...»). A segunda é quando ignora a diferença entre lei e costume. A lei não pode proibir que uma aluna beije a outra nem, sequer, que alguém se beije. O costume é outra coisa; se a lei pode afrontar o costume, os indivíduos devem saber que se trata de um combate lento, moroso e difícil. Mas devem saber que têm a lei do seu lado e que a lei não pode autorizar nenhuma forma de discriminação ou de perseguição. Pelo contrário, a lei deve punir os que discriminam ou perseguem. Finalmente, ao falar de bom-senso, JAS ignora de que lado esteve a falta de bom-senso: do lado dos perseguidores e dos cavernícolas.
Mas há, além do mais, uma nota preocupante, muito preocupante: quando diz que «não são as duas de Gaia: uma é brasileira e a outra portuguesa». Ser de Gaia, portanto, teria vantagens. Mas uma delas ser brasileira, a perversa e delambida, hein? Vir aqui perverter as jovens adolescentes lusitanas?

8 Comments:

Blogger Nuno said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

12:10 da tarde  
Blogger Nuno said...

Pode-se ver uma discussão muito acesa sobre este tema no murcon onde se confirma pelos comentários de muitas pessoas que a parolice ainda vai demorar muitos anos a passar.

12:13 da tarde  
Blogger Tiago Mendes said...

Muito bom, ainda que o sr. arquitecto talvez merecesse uma maior "descompustura".

http://aforismos-e-afins.blogspot.com/2005/11/saraiva-o-puritano_20.html

3:51 da tarde  
Blogger João Paulo Batalha said...

Agradeço-lhe, FJV, por ter aplacado a minha ira, respondendo ao pateta do Expresso não só com o bom senso, mas com o bom senso sereno que me faltou ao ler a tolice dele (de resto ao nível habitual das habituais tolices dele).
Sem querer dramatizar a questão, que não pede histerias, gostaria pessoalmente de ver o caso mais bem explicado. Sobretudo, de saber onde está a verdade dos factos nas várias versões contadas. Aconteceram de facto os ralhetes homofóbicos de funcionários e professores? É mesmo verdade que um director de turma disse à mãe de uma das alunas o que não lhe competia dizer? Gostava de saber.
Já agora, não será para isso que existem inspectores no Ministério da Educação?

http://agrandiosamiseria.blogspot.com/2005/11/o-pritzker-da-estupidez.html

8:39 da tarde  
Blogger Isa said...

desculpe lá que lhe diga, um bocado extrapolado essa da brasileira, convenhamos...

10:00 da tarde  
Blogger /b/ said...

Eu não acho que seja nenhuma extrapolação forçada, "essa da brasileira". Eu penso exactamente o mesmo.

A que propósito é que JAS falou disso no seu artigo? Não terá sido porque calhou...

12:53 da manhã  
Blogger Isa said...

a mim parece-me óbvio pq é que ele falou que uma delas é brasileira. porque deve conhecer tão bem como o Francisco a maneira de ser dos brasileiros em geral: apesar de muito mais retrógrados q nós em alguns aspectos, são muito menos complexados e contidos que os portugueses em relação a outros, no sexo e os afectos, por exemplo. n vejo mal nenhum nisso antes pelo contrário. gosto muito até...

11:57 da manhã  
Blogger Teófilo M. said...

Sobre o assunto, escrevi isto.

4:41 da tarde  

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