||| O post desaparecido (tentativa de reconstrução). A comida libanesa é a antecâmara da levitação.
Ementa do Gonçalo, um dia destes, no Almanara, em São Paulo: «Jantar no Almanara. Pão sírio. Esfiha aberta. Nem michui nem kafta. Fatouche e kibe cru, com cebola e aipo. Entre o malabie, o ataif e o bekhleua escolho o primeiro. Com calda de damasco. Café e a conta. Pode incluír os 10%.»
Quem andou procurando botecos libaneses em São Paulo sabe bem que se trata de uma antecâmara da levitação: comida daquela, só a uma certa distância do chão. Vapores, cereais, frango, arroz, fritos, quibes, ervinhas, vinagres. Só em Manaus encontrei dois lugares, pequenos e desconhecidos dos guias, que ultrapassam o cardápio paulista. Os melhores quibes fritos foram em Salvador. Quibes crus em Santos.
Sim, e irei ao Adi Shoshi (no Bom Retiro) para comer varenikes, cholent, a beringela recheada, kababi e -- uma vez sem exemplo, gefilte fish.
{Adenda} Escrevi este post mencionando originalmente a «comida síria» de Sampa. Isso provocou um terramoto (conjugal, no caso do Gonçalo), mas a culpa era minha. Aconteceu-me coisa igual enquanto escrevia o Longe de Manaus, que desafinava (e confundiu Jaime Ramos até ao fim) sempre que se falava da sua origem, que era Beirute -- tanto lhe chamavam turco, como sírio, como «herdeiro do império», como, finalmente, libanês. Era libanês, um libanês de Manaus.
O Nuno tinha comentado: «Quanto a quibes crus, Manaus arrasa. Duas mesas no jardim de uma senhora, filha de emigrantes libaneses, sem nome na porta. Ganha por um braço aos de Sampa. E em Santos, onde?» Esqueci o nome, foi há cinco anos, mas era não muito longe do velho terminal de emigração.
A Origem das Espécies
We have no more beginnings. {George Steiner}
3 Comments:
Reprodução do post perdido:
Volto ao Gonçalo Soares, para relembrar a sua ementa de anteontem: «Jantar no Almanara.
Pão sírio. Esfiha aberta. Nem michui nem kafta. Fatouche e kibe cru, com cebola e aipo. Entre o malabie, o ataif e o bekhleua escolho o primeiro. Com calda de damasco. Café e a conta. Pode incluir os 10%.» Meu amigo: a comida síria de Sampa é a antecâmara da levitação, tenho a certeza. Depois de procurar os melhores botecos sírios de Sampa, entrei em levitação. Cereais, ervinhas, vegetais, fritos, galinha e amêndoas, arroz, vapores, infusões. Melhor do que a de Sampa, só encontrei em dois lugarzinhos de Manaus, minúsculos, antigos. Os melhores quibes fritos foram em Salvador. Os melhores quibes crus em Santos.
O Almanara, que se não me engano fica na Óscar Freire, é um dos lugares onde vale a pena ir. Mas, sem ser por direito ao contraditório, irei ao Adi Shoshi comer varenikes, beringela recheada e -- uma vez sem exemplo -- gefilte fish.
{Adenda} Conflito do Médio Oriente em São Paulo. Ah, eu devo uma explicação, eu devo. Eu escrevi comida síria no post anterior e foi o que foi. Corrijo e emendo-me: eu devia ter escrito comida libanesa. Desculpa, Gonçalo. Quando escrevia o Longe de Manaus deparei-me com um problema idêntico: Osmar era sírio, libanês, turco ou simples herdeiro do Império? Foi um problema. Fica corrigido: primeiro, trata-se de comida libanesa; segundo: irei ao Halim, na Rafael de Barros, Paraíso.
Foto: http://photos1.blogger.com/blogger/203/194/1600/sriolibans.jpg
Eu gosto sempre de comida libanesa. Em Paris conheço três restaurantes estupendos.
Já tentei fazer em casa mas ficou uma grande treta.
Em Portugal não conheço nenhum. Alguém sabe?
(Serviço Público no Origem das Espécies, agradecendo antecipadamente este espaço não-comercial do FJV)
Nice blogue!
E continuam a fazer-me inveja com viagens e outras coisas boas da vida...
Nós por cá, estamos bem. Ou quase. Até Fevereiro ainda temos que fazer o frete de
ouvirmos uns avôzinhos, que querem ser presidentes.
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