25 outubro, 2005

||| Grafitos.
De Glasgow, escreve a Verónica Neves sobre o problema dos grafitos:
«Aqui em Glasgow a câmara disponibiliza, com algum sucesso, certos lugares/espaços/suportes da cidade para os grafitos. Não sei o que mais faz a câmara, mas sei que, o que quer que seja, funciona – porque não se vê a quantidade abominável de “riscos & rabiscos” que se vê em Lisboa. E os locais que estão destinados aos grafitos são usados por “grafitadores” de qualidade.
Uma coisa que me tem chocado nas últimas visitas a capital lusa é exactamente a quantidade de grafitos, ainda por cima grande parte deles feios e nos sítios mais inimagináveis. Por exemplo, andar a grafitar as belíssimas estações de metro é de um terrorismo urbano atroz! O mesmo se passa com as portadas de madeira das janelas dos reformados do Bairro Alto.
E no Bairro Alto escrevem
Ratos de uma forma psicadélica por todo o lado. Pelo que ouvi, parece que a mensagem de tal artista é que a humanidade se multiplica ao ritmo de roedores e polui demasiado o planeta, ou qq coisa assim. Talvez esse tal “rato-autor” até tenha uma mensagem importante; só não entendo porque é que não usa uma forma mais construtiva, ou pelo menos bonita ou divertida, de passar a sua mensagem.
Aqui em Glasgow os grafitadores também fazem aquelas intervenções urbanas tipo stencil -- não sei como é que se diz (também se vêem muito em Lisboa e normalmente são bem interessantes!). Mas colocam o stencil nos passeios de betão ou nas caixas de alta tensão, ou nos estaleiros de obras. Isto é, em suportes que são valorizados pela adição do grafito/stencil/mensagem. E é um prazer descobrir as novas mensagens dessas pessoas e a forma original que encontram para as fazer passar.
Não tenho absolutamente nada contra a decisão de encarcerar por uns dias o pessoal que grafita uma belíssima estacão de metro em Lisboa, por exemplo. Ou mesmo
convidar essas pessoas a uns dias/semanas de trabalho para a comunidade. Entre as suas tarefas poderia estar exactamente a limpeza de paredes, azulejos, portadas de janela etc, etc...
A Câmara de Lisboa tem também a obrigação de encontrar formas originais de dialogar com estes “terroristas” urbanos e valorizar, no suporte adequado, o bom trabalho que alguns produzem.»

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

"intervenções urbanas tipo stencil -- não sei como é que se diz (também se vêem muito em Lisboa e normalmente são bem interessantes!)"

Isto é um atentado! Deviam era ser todos presos, porque eu, que pago impostos ao estado e à autarquia não quero que o bem público, para o qual eu contibuo de acordo com o qua a sociedade me pede, NÃO QUERO VER AS CAIXAS DA ELECTRICIDADE NEM OS LANCIS DE BETÃO RISCADOS POR MEIA-DUZIA DE IMBECIS QUE A ÚNICA FORMA QUE CONSEGUEM DE DEIXAR A SUA MARCA NO MUNDO É COM UMA LATA DE TINTA!

Profanadores. Depois ainda vem o grupo dos protege-os-coitadinhos defender essa camada de vândalos.

10:58 da manhã  
Blogger Luís Bonifácio said...

Quando há uns anos atrás quiseram fazer uma lei especial para punir os destruidores de paredes, o Bloco eriçou o pelo e fez várias manifestações de apoio à única "arte plástica genuínamnte popular".

12:19 da manhã  

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