16 outubro, 2005

||| A colecção Berardo.
Joe Berardo já foi bête noir. Havia gente que temia ser vista na sua companhia. Como de costume, as suspeitas acumulavam-se sobre a sua fortuna e os seus gostos, coisas que não deviam andar a par no imaginário nacional. Quando o conheci pareceu-me um personagem afável, simpático e discreto -- além de invejável pela colecção que soube reunir (também por culpa de Francisco Capelo). Essa colecção é valiosa, cara (são coisas distintas) e importante. Suscita invejas. A inveja é a pior coisa que há; não se limita a ser cobiça, exige a privação do outro. O Estado é mestre nessa ciência. Mas também não tem dinheiro. Além disso, tem as suas burocracias. Além disso, tem os seus despeitos, as suas exigências pelintras e uma série de oportunidades para serem desperdiçadas.

Ver também o que escreve Eduardo Pitta no Da Literatura.