23 setembro, 2005

||| Coisas inconcebíveis, 2.
A virgindade absoluta reivindicada pela generalidade dos editorialistas e comentadores em relação ao «caso Felgueiras» não é totalmente inconcebível, mas era esperada. Como se sabe, e pelo menos isso acontece nos países e sociedades em que as coisas (em si mesmas) não se resolvem, a palavra substitui sempre os actos. A indignação absoluta substitui quase tudo. É uma questão de adjectivos mesmo quando se indignam contra a «justiça da rua», praticando-a depois nas páginas dos jornais.

16 Comments:

Blogger Alexandra said...

Lembra-se de lanchar em Évora com uma aluna que lhe emprestou um livro de Nabokov?

A menina cresceu e já não é aluna.

10:36 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Caro FJV,

É mais um episódio do Triunfo dos Porcos...

Com sabe, este padrão de comportamento dos media já ultrapassa tudo o que é razoável - não há estado de graça que o justifique.

CHOCANTE - o grau de subjectividade dos magistrados portugueses.

DEPRIMENTE - a massa (na verdadeira acepção da palavra)de portugueses cuja formação, ética, cidadania se reduz ao cenário montado en frente do tribunal.

PS - Temporariamente alteraria o blog p/ "A extinção da espécie"...

10:47 da manhã  
Blogger paulo pisco said...

É bem real o que afirma. Sobre o mesmo tema ver "Não há inoccentes" em http://www.memoriasdeadriano.blogspot.com/

11:39 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Inaugurou-se uma nova era na justiça. O perigo de fuga, pressuposto da aplicação de prisão preventiva, poderá ser sempre afastado. Basta fugir.

11:40 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Saco Azul = Mensalão , a diferença entre os dois é que no Brasil existem jornalistas e em Portugal existem " secretarios " .

PS- o silencio de todos os partidos acerca desta caso , mostra bem , como anda o financiamento dos partidos

2:02 da tarde  
Blogger Carlos said...

Não percebo por que motivo causa tão grande indignação a candidatura de Fátima Felgueiras à presidência da Câmara Municipal de Felgueiras. A candidatura autárquica é um direito que lhe assiste e a sua eleição, ou não, depende apenas da vontade dos felgueirenses. Se for eleita, é um dos preços a pagar por vivermos numa democracia. Mais: é de uma hipocrisia abissal salientar o caso de Fátima Felgueiras e esquecer os também candidatos autárquicos Isaltino Morais, Valentim Loureiro, Isabel Damasceno e Avelino Ferreira Torres. Aliás, as candidaturas de alguns dos nomes que referi, pela influência que os mesmos têm, parecem-me bem mais gravosas para o país do que a de Fátima Felgueiras.

2:26 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Eu acrescentaria ao que escreveu outro comentador:

SURPREENDENTE: o silêncio de todos os partidos.


A democracia estoirou! Volta Saramago, estás perdoado.

2:47 da tarde  
Blogger Teófilo M. said...

Não a democracia não estourou, são apenas erros de aprendizagem, custos naturais de quem só há pouco tempo aprendeu a dizer não.

5:49 da tarde  
Blogger LS said...

A grande questão não está em meu entender na candidatura em si mesma, da Dr.ª Fátima Felgueiras. Está sim na sua preparação que fez com que a sua campanha eleitoral já dure há 2 anos, 4 meses e alguns dias...

12:05 da manhã  
Blogger Pedro Góis Nogueira said...

O direito á indignação ainda é das poucas coisas que nos restam. Sempre é preferivel ao cínismo. Mas não pode funcionar como substituto.

1:11 da manhã  
Blogger Jose Moreno said...

Pergunto, porque realmente não sei a resposta: não se justificaria uma manifestação de portugueses (em Felgueiras ou noutro sítio) pela ética na política? Sem partidos. Eu ia!

12:12 da tarde  
Blogger Carlos Araújo Alves said...

As Fátimas, os Isaltinos, os Valentins, os Torres e os Jardins serão exactamente tudo aquilo que possam eventualmente ser, mas os "moralistas" que se apresentam como "virgens" impolutas selvaticamente violadas nunca serão senão o que mais jeito, a cada instante, der.
Uns são, outros pretender ir sendo..., sendo..., sem nunca serem, afinal.

cumprimentos

1:55 da tarde  
Blogger MGomes said...

Eu acho que a senhora tinha toda a legitimidade para se propor a votos se...não tivesse fugido á justiça, mas mesmo assim, por uma questão de ética e higiene na política, nunca deveria ter entrado nesta corrida enquanto o seu nome fosse suspeito de qualquer coisa. Ah!!! desculpem-me, já me esquecia... estamos em Portugal não é?

4:04 da tarde  
Blogger LS said...

A partir do momento em que os orgãos de comunicação social se deixam levar pelo embuste e pelo teatro armado em torno da campanha da Sr.ª Felgueiras, está tudo dito. A imprensa prefere ganhar audiência em ves de informar correctamente os leitores dos verdadeiros problemas do país que a todos portugueses dizem respeito. Mas o que é que Sr.ª de Felgueiras vem interferir nos problemas do meu concelho que não é o dela? É-me igual ao litro que vá presa ou não, simplesmente não faz diferença à minha vida nem à do meu país

7:47 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O tradicional " ABAFÃO " português , já está a actuando no " caso Felgueira " .

PS - Democracia piuuuuu

10:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Será caso para dizer que, em casos domo o de Fátima Felgueiras, o jornalismo não passa de um abutre sempre pronto a deixar alguns restos dos dadáveres para o sol e o tempo ressequirem, até a memória se tornar ténue e difusa. Depois, seguir-se-á a próxima mortandade capaz de esgotar nas bancas todos os jornais.
Rafaela Plácido

10:15 da tarde  

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