02 junho, 2006

||| Mais Cecília Meireles.

Por que me falas nesse idioma? perguntei-lhe, sonhando.
Em qualquer língua se entende essa palavra.
Sem qualquer língua.
O sangue sabe-o.
Uma inteligência esparsa aprende
esse convite inadiável.
Búzios somos, moendo a vida
inteira essa música incessante.
Morte, morte.
Levamos toda a vida morrendo em surdina.
No trabalho, no amor, acordados, em sonho.
A vida é a vigilância da morte,
até que o seu fogo veemente nos consuma
sem a consumir.

[Por sugestão do George Cassiel.]

2 Comments:

Blogger Eugénia de Vasconcellos said...

E o Naufrágio, mas na voz da Amália, não?

EV

8:58 da tarde  
Blogger António Viriato said...

Bem chamada para aqui, a excelsa Cecília Meireles, que sobre ser uma grande mulher de letras, era também uma grande amiga de Portugal, condição não muito frequente entre os escritores e intelectuais do país irmão. E parece que cada vez menos... Tratar-se-á de um amor - nosso - não correspondido ?

12:51 da manhã  

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